COISAS MÍNIMAS
*** Todas as atividades são importantes. Ninguém é melhor do que o outro em
nenhuma circunstância e todos são úteis e extraordinariamente respeitáveis em
seus deveres e obrigações. Se não houvesse quem realizasse as “coisas mínimas”
que alguns de forma equivocada consideram sem importância, quantas coisas
desastrosas nos poderiam acontecer. Imaginem um mundo sem a limpeza dos
importantes “garis”, apenas para dar um exemplo. Imaginem um hospital sem o
pessoal da limpeza e conservação? Quantas infecções e epidemias sofreria a
sociedade? Todos são imprescindíveis no que lhes cabe realizar como dever, como
pode, sabe e deve fazer, para manutenção do equilíbrio da vida. Respeitemo-los
todos e os tratemos com muito carinho. Deus não faz acepção de pessoas. Pense
nisso! Walter de Carvalho***
Do Evangelho de Lucas, capítulo 12, versículo 26, destaca-se uma fala de Jesus
que indaga: "pois se nem ainda podeis fazer as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?"
Pouca gente conhece a importância da boa execução das coisas mínimas. Existem
homens que, com falsa superioridade, zombam das tarefas humildes, como se elas não fossem necessárias ao êxito
dos trabalhos de maior envergadura.
Um prêmio Nobel de literatura não poderá esquecer que um dia necessitou aprender as letras simples do alfabeto.
Um extraordinário matemático precisou, também, aprender a contar, reconhecer os números de zero a nove, e depois a somar, dividir, multiplicar e subtrair, a
fim de chegar aos complicados cálculos que hoje lhe conferem fama.
Um compositor não pode prescindir de nenhuma das sete notas musicais, com todos
seus tons e semitons, que envolvem bequadros, bemóis, escalas e sustenidos.
Um alpinista, para vencer a escalada íngreme deve atentar para todos os detalhes,
que vão do equipamento checado minuciosamente mais de uma vez, ao apoio de
equipe, conhecimento da estação mais adequada ao empreendimento.
Para um prato especial, todos os ingredientes se fazem necessários.
Deixe-se de colocar um deles, ou se
altere a quantidade para mais ou para menos e pronto, estará alterado o sabor,
a consistência, o resultado final. Nenhuma obra será perfeita se as particularidades
não forem devidamente consideradas e compreendidas.
De modo geral, o homem está sempre fascinado pelas situações de grande evidência. Deseja a fama, o poder, o
dinheiro. Destacar-se, entretanto, exige muitos cuidados. Fama exige estrutura psicológica
adequada, a fim de que a criatura não se fascine e perca o equilíbrio. Ou se
torne atormentada pela paz que deixa de fruir, face o assédio constante de
jornalistas, fotógrafos, fãs, cobranças da mídia em geral.
Poder exige equilíbrio e bom senso, para que o ser não se torne um déspota infelicitando
a sua e as vidas alheias, enlouquecendo ante as possibilidades que se apresentam.
Dinheiro em excesso requer sabedoria para a devida utilização, de forma a colaborar
para a felicidade e não a desgraça própria e dos demais.
Convém, desse modo, atender às coisas mínimas da senda que Deus nos reservou, para
que a nossa ação seja de real proveito à vida. A sinfonia estará perturbada se
faltou uma nota e o poema é obscuro quando se omite um verso.
Estejamos zelosos pelas coisas pequeninas. Elas são parte integrante e
inalienável dos grandes feitos, guardando a certeza de que, cada qual recebe a
parte que melhor esteja preparado para realizar.
Não deixemos passar as oportunidades de crescimento, com a distração para as coisas
que não temos, mas desejamos o que não possamos realizar, mas que aspiramos. Façamos sim, o melhor daquilo que
nos compete. Pense nisso!
Quem será maior: a mãe que agasalha o filho alheio em seu seio e o alimenta, ou o médico que o salva da morte cruel, com intervenção minuciosa?
Quem terá maior mérito: o lixeiro que recolhe os detritos pela cidade, todos os
dias, mantendo-a asseada, ou o sanitarista que determina normas de conduta para
a humanidade, a fim de que esta se mantenha distante das enfermidades mortais?
Reconheçamos em cada um a
parcela de contribuição indispensável para a manutenção da vida no planeta e o
melhor relacionamento da humanidade. Aprendamos que a cada um cabe realizar o
que pode, sabe e deve fazer.
Walter de Carvalho com base no cap. 31 do livro Caminho, verdade e vida, psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, ed. FEB. Extraído de Equipe de Redação do Momento Espírita.
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