A EDUCAÇÃO
É pela educação que as gerações
se transformam e aperfeiçoam. Para uma sociedade nova são necessários homens
novos. Por isso, a educação desde a infância é de importância capital. Não
basta providenciar a instrução da criança. Ela deve aprender a se conduzir como
ser consciente e racional. Isto é tão necessário como saber ler, escrever e
contar. É entrar na vida, armado, não só para a luta material, mas,
principalmente, para a luta moral.
Para despertar na criança as
primeiras aspirações ao bem, para corrigir um caráter difícil, são precisos,
por vezes, a perseverança, a firmeza, uma ternura de que somente o coração de
um pai ou de uma mãe pode ser capaz. Essa tarefa, no entanto, não é tão difícil
quanto se pensa, pois não exige uma ciência profunda. Grandes e pequenos a
podem realizar, desde que se compenetrem do alvo elevado e das consequências da
educação. Bonita lição foi a ocorrida em um supermercado.
A jovem mãe tinha cerca de 30
anos e o menino, uns 2. Ele se mostrava birrento, teimoso e violento. Ela,
forte, serena e irredutível. O local era uma prateleira de supermercado recheada
de chocolates. O menino parecia uma fera. Queria, porque queria cinco. Ela,
firme, dizia que ele poderia levar apenas um. Foi uma aula de maternidade. O
menino gritava, chorava tão forte e doído que parecia estar apanhando. Batia os
pés, rolava no chão, ameaçava derrubar a prateleira toda. Tudo inútil. Sem usar
de violência física ou erguer a voz, a mãe o obrigava a escolher. "ou leva
um só ou não leva nenhum. Vai ter de escolher." A voz não era de quem tem
raiva. Era de quem guarda certeza do que está fazendo.
Mais ou menos 15 espectadores
observavam o acontecimento, aglomerando-se no corredor do supermercado. Foram
dez minutos dolorosos, no final dos quais o pequeno aceitou sua derrota. Os
gritos e os pontapés foram diminuindo. Por fim, ele parou com a manha, aceitou
a mão da mãe e saiu do supermercado com sua única barra de chocolate. O resto
ficou lá, na prateleira. Perdeu o supermercado. Venceu a mãe. Venceu a
educação.
Desde que o mundo é mundo,
crianças querem porque querem certas coisas.
Muitos pais cedem, ou para não enfrentar o incômodo da birra, ou porque temem
os olhares de eventual desaprovação de quem os observa. Os que não educam os
seus filhos, os verão sofrer na vida, fazer sofrer a outros e perder a chance
de progresso. São fabulosos os pais que proíbem, sem raiva, e dão o necessário,
sem dar demais.
A nossa sociedade tem mentalidade
de supermercado. Oferece mil prateleiras com tentações e incita os imaturos a
consumir mais do que precisam. Por isso mesmo, são dignos de aplauso os casais
que educam seus filhos para não consumir demais, a fazer escolhas, a crescer, a
amadurecer.
***
Os espíritos que habitam os
corpos dos nossos filhos vêm coabitar conosco para que os ajudemos a vencer os
seus defeitos e os preparemos para os deveres da vida. Estudemos, desde o
berço, as tendências que a criança trouxe das suas existências anteriores.
Apliquemo-nos a desenvolver as virtudes e aniquilar os vícios. Que não nos
detenham a fadiga, nem o excesso de trabalho. Auxiliemos a transformação
social. Transformemos a face do mundo, pelo caminho da educação.
Walter de Carvalho contextualizado de Equipe de Redação do Momento
Espírita com base em texto de autoria ignorada e o cap. 54 do livro Depois da
morte, de autoria de Léon Denis, ed. FEB.
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