A PORTA MAIS LARGA
DO MUNDO – Um caso de Obsessão ectoplásmica
*** O vício da bebida pode ser uma grave obsessão*** Eduquemos nossos filhos para que evitem este vício***Em nosso município [Iguaba Grande] e em vários outros vemos adolescentes vendendo e bebendo sem que nada se faça para evitar.*** Críticas ao Conselho Tutelar se tornaram inócuas***. O Conselho Comunitário de Segurança aborda este tema em todas as reuniões sem, contudo, lograr êxito na solução do problema, malgrado seus esforços***.Faltam Políticas Públicas para coibir as “drogas lícitas”***. E como resultado, leiam esta história verdadeira. Walter de Carvalho
Conta-se que um dia um homem parou na frente do pequeno bar tirou do bolso um metro, mediu a porta e falou em voz alta: dois metros de altura por oitenta centímetros de largura. Admirado mediu-a de novo. Como se duvidasse das medidas que obteve, mediu-a pela terceira vez. E assim tornou a medi-la várias vezes.
Curiosas, as pessoas que por ali
passavam começaram a parar. Primeiro um pequeno grupo, depois um grupo maior,
por fim uma multidão. Voltando-se para os curiosos o homem exclamou
visivelmente impressionado: "parece mentira!" esta porta mede apenas dois
metros de altura e oitenta centímetros de largura, no entanto, por ela passou
todo o meu dinheiro, meu carro, o pão dos meus filhos; passaram os meus móveis,
a minha casa com terreno. E não foram somente os bens materiais. Por ela também
passou a minha saúde, passaram as esperanças da minha esposa, passou toda a
felicidade do meu lar... Além disso, passou também a minha dignidade, a minha
honra, os meus sonhos, meus planos... Sim, senhores, todos os meus planos de
construir uma família feliz, passaram por esta porta, dia após dia... Gole por
gole.
Hoje eu não tenho mais nada... Nem
família, nem saúde, nem esperança. Mas quando passo pela frente desta porta,
ainda ouço o chamado daquela que é a responsável pela minha desgraça... Ela ainda
me chama insistentemente... Só mais um trago! Só hoje! Uma dose, apenas! Ainda
escuto suas sugestões em tom de zombaria: "você bebe socialmente,
lembra-se?" Sim, essa era a senha. Essa era a isca. Esse era o engodo. E
mais uma vez eu caía na armadilha dizendo comigo mesmo: "quando eu quiser,
eu paro". Isso é o que muita gente pensa, mas só pensa... Eu comecei com um
cálice, mas hoje a bebida me dominou por completo. Hoje eu sou um trapo
humano... E a bebida, bem, a bebida continua fazendo as suas vítimas.
Por isso é que eu lhes digo
senhores: esta porta é a porta mais larga do mundo! Ela tem enganado muita
gente... Por esta porta, que pode ser chamada de porta do vício, de aparência
tão estreita, pode passar tudo o que se tem de mais caro na vida. Hoje eu sei
dos malefícios do álcool, mas muita gente ainda não sabe. Ou, se sabe, finge
que não, para não admitir que esteja sob o jugo da bebida. E o que é pior, tem
esse maldito veneno, destruidor de vidas, dentro do próprio lar, à disposição
dos filhos. Ah, se os senhores soubessem o inferno que é ter a vida destruída
pelo vício, certamente passariam longe dele e protegeriam sua família contra
suas ameaças. Visivelmente amargurado, aquele homem se afastou, a passos
lentos, deixando a cada uma das pessoas que o ouviram, motivos de profundas
reflexões.
Você sabia? Você sabia que,
segundo o Ministério da Saúde, no ano de 2001 foram internados 84.467
brasileiros por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso do álcool,
demandando um gasto de mais 60 milhões de reais? Imaginem os dados atuais como
estão!
Ainda segundo o Ministério da
Saúde, o álcool é a droga mais usada pelos jovens no Brasil. Segundo pesquisa realizada
em 14 capitais brasileiras em 2001, pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para
a Educação, Ciência e Cultura), o consumo começa cedo: em média, aos 13 anos.
E o pior é que o álcool é a porta
principal de acesso às demais drogas. E você sabia que a influência da TV e do
Cinema nos hábitos de crianças e adolescentes foi recentemente comprovada por
pesquisadores da Escola de Medicina de Dartmouth, nos Estados Unidos?
Por todas essas razões, vale a
pena orientar nossos filhos para que não sejam mais um a aumentar essas tristes
estatísticas.
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