DISCUSSÕES ESTÉREIS
*** Não perca tempo com
discussões que não levam a lugar nenhum. É antipático e um verdadeiro suplício
impor nosso pensamento aos outros. Não enfade seus ouvintes com arengas
inúteis***
A linguagem articulada é um dos grandes
dons que felicitam a humanidade, distinguindo-a no concerto da criação.
Mediante a linguagem transmitem-se tesouros de pensamento e cultura,
tratando-se de um elemento facilitador do progresso. Importa preservar esse
valioso recurso, dando-lhe destinação útil. Assim, verifique o modo como você
utiliza a palavra.
Cuide para que esse dom não se converta em
instrumento de suplício para seus semelhantes. É natural e mesmo esperado que
você busque compartilhar com o próximo seus ideais e experiências.
Encontrando-se convencido do acerto do seu modo de ver e perceber a vida, pode
experimentar a tentação de converter os demais. Para bem evidenciar a correção
de seu pensamento, talvez ache necessário empenhar-se em infindáveis discursos
e longas discussões.
Contudo, com esse proceder, bem
cedo se tornará cansativo aos seus amigos e familiares. Uma coisa é trocar
ideias com os semelhantes, com humildade e delicadeza, ouvindo e refletindo
sobre o que eles têm a dizer. Outra, bem diferente e antipática, é tentar impor
às consciências alheias a sua forma peculiar de entender o mundo.
Constitui sinal de vaidade pensar
que apenas você foi brindado com a capacidade de perceber a realidade que o
cerca. É razoável pretender que todos os que o rodeiam permanecem nas trevas da
ignorância? Já imaginou que talvez eles, com mais brilho do que você,
compreendam a vida, sob prismas mais profundos e lógicos? Nesse caso, o que os
mantém em silêncio não será a humildade? Ou talvez seja a generosidade que os
impede de tentar convencê-lo, por perceberem que você ainda não possui
condições para acompanhar-lhes o raciocínio.
É importante pensar nisso antes de
assumir o papel de conversor compulsório dos semelhantes. Mas imaginemos que o
seu sistema de pensar e sentir realmente seja o melhor. Isso o autoriza de
algum modo, a forçar as consciências dos outros? Se ainda ontem você não havia
entendido a lição que hoje quer ensinar, trata-se de um eloquente sinal de que
tudo no mundo tem o seu momento próprio.
É natural que você deseje ver seus
amores no melhor caminho, mas violentar o modo de sentir do próximo cria apenas
resistência. Saber respeitar o nível de entendimento dos outros é sinal de
sabedoria e de maturidade. Qualquer corrente filosófica, política ou religiosa,
que não contenha em suas bases o respeito ao ser humano possui grave falha.
Entretanto, sendo impróprio a você impor suas ideias, nada o impede de
evidenciá-las diariamente pelo exemplo.
Assim, viva com a pureza possível
de conformidade com os seus ideais. Torne a sua conduta reta o reflexo de seus
pensamentos. Sendo sublimados os seus atos, os outros não tardarão a perceber a
beleza da teoria que os embasa.
Não se perca, pois, em estéreis
discussões.
Não enfade seus ouvintes com
arengas repetitivas.
Respeite o livre-arbítrio dos que o
cercam.
No mundo, é importante dizer o
necessário.
Mas também é
preciso não perder tempo com quem não tem interesse em suas palavras.
Pense nisso.
Textos da Equipe de Redação do
Momento Espírita.
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