O EXEMPLO

ESFRIANDO O ENTUSIASMO [DEPRESSÃO]
***Perdemos a magia da vida e não ensinamos a nossos filhos, netos, sobrinhos, afilhados a magia de gritar, pular, escrever bilhetes de amor, viajar nas letras dos livros, em fim, viver... Ai sim, temos como causa a DEPRESSÃO. De quem é a culpa da sociedade estar como estar? Leiam com atenção. Viva de maneira que seus filhos se orgulhem de você!PENSEM NISSO!***
A depressão comenta-se, é a doença do século. Ouve-se falar em estresse, desmotivação para a vida, desalento. Qual será o motivo de tanto desânimo? Alguns apontam às tragédias naturais que arrasam populações, as guerras constantes, a inflação, como responsáveis primordiais.Outros falam na esperança que viajou para lugares ignotos, com passagem única.
Quando crianças, somos naturalmente entusiastas. Quem não se recorda que tudo nos encantava? Quando aprendemos a falar, não parávamos de conversar. No ônibus, na rua, no carro, em casa. Um contínuo "tatibitate". "Olha mãe! Que lindo!" "Mãe, mãe, olha o cavalinho!" "Hei pai! Você viu que carrão legal? Você viu pai?”.
No entanto, é bem verdade que pessoas que sobrevivem a dores acerbas, a problemas graves, não são as que se apresentam mais acabrunhadas. Por que vivemos, então, sem motivação?
Quase sempre, o silêncio era a resposta. Adultos andam sempre pensativos. Têm muitos problemas. E de tanto falar, sem resposta, fomos absorvendo a ideia de que os adultos são pessoas sérias, com muitas dificuldades a resolver. Nada mais natura que tenhamos assumido essa postura, ao nos tornarmos adultos.
E fomos assimilando a ideia de que pessoas adultas são pessoas cansadas. Quando crescemos, tomamos a postura do cansaço das coisas, do desencanto pela natureza, pelo que nos cerca. Cadê o encanto do mar barulhento? Cadê a graça de mergulhar nas ondas, de fazer esculturas na areia, de jogar bola?
Mas quando crianças, olhávamos o mar imenso, as ondas gigantes, a areia interminável, a bola. Corríamos pela praia, incansáveis. "Vem, pai, vamos buscar água com meu baldinho." "Pai, entra na água comigo?" “Pai, você me carrega”? A resposta quase sempre era: “Dá pra dar um tempo”? Pode me deixar em paz um momento? “Dá pra parar”?
Um dia, descobrimos o mundo mágico das letras. Essa bolinha, com um ganchinho para o lado, mais essa outra com três perninhas, mais... Dava amor. Começamos a escrever amor no livro de receitas da mamãe, no bloco de anotações do papai, na agenda telefônica. "Pare de rabiscar, menino!"
Pois é, ler também não era uma boa coisa. Com tudo isso, não é de admirar que sejamos tão depressivos! Nosso entusiasmo foi sendo bombardeado, a pouco e pouco. Demonstrar alegria, partilhar conquistas, gritar de entusiasmo, escrever bilhetes de amor, viajar nas letras, tudo perdeu a magia. Vivemos num mundo de negócios, trabalho, obrigações. Quem tem tempo para coisas pueris, sem importância? A propósito, você tem filhos? Sobrinhos? Netos? Pense nisso com carinho, porque o amanhã ainda tem jeito. Depende de nós.
Percebemos então que os adultos não costumam escrever coisas bonitas quando as descobrem. Sentimentos são para serem armazenados. Não expostos. Mergulhamos no mundo da leitura. Viagens fantásticas, aventuras mil. "Compra, pai. Olha! É o livro novo!" “Você está louco, menino”? Viu o preço? Vê lá se vou pagar tudo isso por um livro! Há coisas mais importantes. Faça seus filhos terem orgulho e boas lembranças de você!
Walter de Carvalho com base em Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

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