ANTE OS DESAJUSTES ATUAIS

ANTE OS DESAJUSTES ATUAIS •  Francisco Cândido Xavier
PRESIDIÁRIOS DA ALMA •  Emmanuel
Quando os companheiros em aflição se aproximem de ti, compadece-te deles, antes de ouvi-los.
Acolhe-os na condição de presidiários da alma, a suportarem conflitos íntimos que talvez desconheças.
Prisioneiros do sofrimento: será essa designação provavelmente a mais adequada para definir a condição dos que buscam socorro, situados nas últimas raias da resistência ao desespero!...
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Este se enlaçou aos problemas da culpa quando se supunha conquistando a felicidade e ignora como reaver a tranquilidade perdida; aquele recusou a provação em que se redimiria e algemou-se a compromissos difíceis de resgatar; outro desperdiçou força e tempo, caindo nas malhas do desgaste orgânico que lhe exige cuidado e conformação; aquele outro tem o espírito encadeado ao frio de um túmulo em que se lhe guardam as derradeiras lembranças de um ente amado!...
Encontrarás os desencorajados e os tristes, os encarcerados em desânimo e azedume e ainda aqueles outros que a rebeldia trancafiou em celas de angústia, a te pedirem amparo e libertação!...
A nenhum desconsideres nem firas com advertências inoportunas.
Recordemos que ninguém se arroja em vulcões de pranto simplesmente porque o deseje.
Os que te cercam, implorando socorro, habitualmente já lutaram o bastante para se conscientizarem quanto à própria situação.
Constrói a ponte da misericórdia entre a fé que te ilumina e a dor dos irmãos que te apresentam o coração ferido, e dá-lhes o braço salvador a fim de que se transfiram da treva para a luz.
Quantos se tresmalharam nas estradas do mundo, tantas vezes ludibriados por eles mesmos, não precisam tanto da interferência baseada em nossos recursos de austeridade e conhecimento.
Eles todos esperam de nós, acima de tudo, um gesto de simpatia e uma bênção de amor.

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