NA HORA DE PARTIR

SEGURANÇA E PAZ • Francisco Cândido Xavier
PREPARAÇÃO GRADATIVA • Emmanuel

Melancolia, saudade, carência afetiva, solidão, angústia: palavras chaves que designam a dor daqueles que perderam a companhia de seres queridos, arrebatados pela desencarnação.
Se essa prova te senhoreia o espírito na Terra, não configures os entes amados, transferidos para outras dimensões da vida, qual se fosse a vestimenta inútil confiada ao cofre de cinzas.
Aqueles que se desenfaixaram do envoltório físico não morreram. Seguiram à frente, no rumo da estação a que te destinas.
E, na maioria dos casos, surpreenderam tantas exigências de renovação, a par de tantas maravilhas que, habitualmente, tudo fazem para que se te dilate a demora no plano de matéria mais densa, a fim de que não lhes sigas os passos, na base da inexperiência.
Compreendemos o pesar de tantas criaturas sensíveis e afetuosas que acalentam a ideia de deserção, quando se sentem lesadas pela falta daqueles que as precederam na morte. Entretanto, de outra margem da vida volvem os que partiram, na decisão de sustar-lhes o anseio indébito, auxiliando-as na preparação necessária perante o futuro.
Se te despedistes de corações queridos, agora domiciliados no mais além, não te creias vítima de esquecimento por parte de quantos te foram no mundo âncora e benção.
Prossegue oferecendo-lhes paz e amor, atendendo quanto possível, à extensão do bem que estimariam continuar edificando em teu campo de ação. E conserva a certeza de que, enquanto lhes honorificadas a memória, junto dos homens, eles, igualmente, continuam realizando o máximo, em teu favor, não somente sustentando-te as forças, no dever a cumprir, como também organizando, a pouco e pouco, em ti e fora de ti, o clima adequado à vida nova, que te aguarda no mais além, a fim de que te ajustes com segurança às bençãos do porvir.
(Página recebida em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, na noite de 20/02/1976, em Uberaba, MG)

Comentários