Reencarnação e vida
espiritual
“Necessário vos é compreender o processo de retorno do Espírito à vida corporal. São dois estados distintos do Espírito, a que ele se submete em busca de seu adiantamento na senda do progresso: o estado espiritual e o estado corporal. Em todas as fases de sua evolução, essas duas condições não se confundem, exceto quando a entidade está prestes a deixar definitivamente de habitar os mundos materiais, por mais etéreos que sejam.
Quando estão na erraticidade, podem habitar mundos
espirituais semelhantes a estações de descanso, onde fazem profundas reflexões
sobre a história de suas existências preparando-se para novas experiências.
Essa condição de relativa liberdade, nem sempre prende o Espírito a determinado
orbe. Ele pode ainda viver nessas colônias e ter liberdade para deslocar-se
para outros lugares e, em certas situações, até mesmo para outros mundos. No
entanto, não é o que acontece com a maioria, que vive presa às necessidades
evolutivas impostas pela Lei de Causa e Efeito. Tal é o estado do mundo
terreno.
A encarnação é determinada pelo estado evolutivo da
alma em questão. Quanto mais adiantar-se no desenvolvimento moral e
intelectual, quanto maior for a sua experiência, menos encarnações terá
necessidade de passar. As reencarnações são para os desencarnados similares a
períodos de aprisionamento. Para os Espíritos vulgares, no entanto, ela é
aquilo que conseguem vislumbrar com sua inteligência pouco desenvolvida. Quando
deixam a matéria, vagam por anos a fio, em busca dos prazeres e das coisas que
lhes davam satisfação.
Nos mundos mais adiantados, a vida material é mais
duradoura. Livres das tribulações expiatórias e da situação rudimentar da
matéria, o Espírito encontra espaço para desenvolver suas potencialidades.
Muitas faculdades se desabrocham por causa do enfraquecimento dos laços
materiais. O encarnado tem uma percepção muito mais aguçada da vida espiritual
e o contato entre dois seres à distância é comum entre alguns habitantes desses
mundos.
Procurai com zelo seguirdes os ensinamentos
orientadores do Evangelho, pois eles exprimem a Lei de Deus na sua mais ampla
expressão. A ela deveis submeter vossas vontades e caprichos, de modo a
domá-las conforme refere-se a bandeira maior do Espiritismo: conhece-se o
verdadeiro espírita pelos esforços em dominar suas más tendências. Nunca é
demais repetir este refrão nas hostes doutrinárias, pois em muitas mentes acomodadas,
ele anda esquecido.
Persegui com ânimo os bons procedimentos e não
deixeis para a próxima encarnação aquilo que puderdes fazer nesta.” - Erasto,
discípulo de São Paulo.
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