SEGURANÇA E PAZ - AS VIAS DO PROGRESSO

SEGURANÇA E PAZ • Francisco Cândido Xavier - Continuação
AS VIAS DO PROGRESSO • J. Herculano Pires (Irmão Saulo)

Estamos na era de velocidade e as vias do progresso exigem de nós alguns acréscimos de virtudes. Ao lado do velho ideal de paciência de que nos fala Emmanuel, temos de aprimorar a capacidade de visão, de raciocínio rápido e de ação imediata. A calma interior precisa conjugar-se com a coragem de tomar decisões sem perda de tempo para superarmos perturbações e obstáculos.
Para evitar choques destrutivos, temos de ver se manobras protelatórias não favorecerão a devastação dos destruidores. Nosso entendimento exige bases seguras de conhecimento e lealdade, para não cairmos na traição dos nossos próprios ideais. Se não medirmos os limites da tolerância com a régua do dever podemos acumpliciar-nos no crime.
Lamentar as crises não resolve nada, mas convém analisá-las com espírito critico, sem o medo teológico das punições. Para vencer na causa do bem não podemos fechar os olhos ao mal ou tentar negá-lo.
Quando Emmanuel aconselha-nos paciência e amor, refere-se a uma dessas conjugações necessárias em nossos dias. Mas o amor tem os seus graus e as suas formas de aplicação. No item 7 do cap. IX de O evangelho segundo o espiritismo, o exemplo de Cristo é o nosso modelo. Vemos nos Evangelhos que Jesus, amando todas as criaturas, impediu a lapidação da mulher adultera e perdoou a Zaqueu os seus roubos, mas nunca deixou de corrigir com veemência os erros conscientes dos fariseus e doutores da lei.
Várias vezes desencadeou conflitos no templo para despertar a consciência dos que a abafavam nas malhas da conveniência, pondo em perigo o esclarecimento e a orientação espiritual do povo.
Kardec explicou, no Evangelho, as diferenças existentes entre o amor que temos por um amigo e o que podemos dar a um inimigo. O espiritismo é realista e não nos aconselha a esquecer que o mal predomina na Terra.
O dever de vigiar e orar deve lembrar-nos que não vivemos no céu, mas num mundo de provas e expiações. Se quisermos realmente seguir as vias do progresso, não podemos esquecer as virtudes viris da vigilância.
Artigo publicado originalmente na coluna dominical "Chico Xavier pede licença"  do jornal Diário de S. Paulo, na década de 1970.

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