AS QUEDAS MORAIS - OS QUE NÃO SUPORTARAM - EMMANUEL

Por que o abandono de compromissos solenemente assumidos por pessoas claramente instruídas ou claramente normais do ponto de vista humano? Por que existem filhos que fogem dos pais e vive-versa? Por que certas criaturas começam com tanto entusiasmo o serviço do bem e, de um momento para outro, deixam a obra iniciada, sem maior consideração para com os outros? Por que o suicídio de pessoas indiscutivelmente respeitáveis? O livro dos espíritos oferece-nos a questão nº 171. O nosso caro Emmanuel nos deu a página “Não suportaram”, intitulada por ele, COMO UM LENITIVO PARA NOSSA ALMA!.

AS QUEDAS MORAIS - NÃO SUPORTARAM •  Emmanuel

Mal – será sempre engano, erro, desequilíbrio, desajuste. E para recuperar-lhe convenientemente as vítimas, a primeira atitude é a do entendimento que nasce da compaixão.
Assim sucede porque a queda moral, no fundo, significa extravasamento da carga de emoções e ideias negativas que criamos em nós.
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Quando anotes a presença de companheiros caídos em perturbações, reflete, sobretudo, no esforço imenso que despenderam para suportar a pressão dos próprios conflitos na intimidade da cela carnal em que provisoriamente residem.
Este reencarnou para resgatar antigos débitos perante inimigos de outras épocas, cuja convivência lhe cabia tolerar por alguns poucos decênios. Entretanto, por algum tempo, aguentou em si próprio o impacto das vibrações contrárias que o contato difícil lhe causava e, embora sem razão, volveu ao campo da ofensa, reincidindo na culpa.
Aquele tornou à Terra a fim de reajustar-se em ambiente de penúria material, de modo a corrigir tendências à dissipação e ao desmando. Todavia, carregou o fardo de obstáculos em certo trecho do caminho, até que, sem motivo justo para rebeldia, derivou para a deserção e remorsos consequentes.
Outro veio de novo ao plano físico a fim de operar a própria desvinculação de hábitos infelizes, após solicitar situações regenerativas em auxílio de si mesmo. No entanto, depois de algum trabalho em autorreeducação, admitiu-se portador de imaginário cansaço e retornou aos costumes lastimáveis de outros tempos, adquirindo arrependimentos de longo prazo.
Outros ainda pediram graves provas na Terra para se afastarem das induções ao suicídio, em cujas sombras se demoraram em estâncias do pretérito. Mas, finda certa quota de aflições, impacientam-se com o peso dos problemas com que se oprimem e destroem o próprio corpo inutilmente, retomando trevas e lágrimas de que muito dificilmente lograrão se desvencilhar.
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Quando observes o mal, compadece-te daqueles que lhe aguentam as investidas. Entretanto, compadece-te mais ainda de todos aqueles que o praticam. Os que sofrem de consciência tranquila estão ampliando o campo da alegria e da bênção nos domínios da própria alma. Os que estendem o mal, porém, não suportaram a si mesmos. E, como que fazendo explodir os conflitos que acumularam por dentro deles próprios, aniquilam benditas possibilidades da vida para cujo reajustamento serão necessariamente compelidos a lutar e recomeçar.

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