A EDUCAÇÃO É UM ATO DE AMOR

A EDUCAÇÃO É UM ATO DE AMOR
Em complementação a psicografia de Emmanuel sobre PARENTES DIFÍCEIS vale a pena acompanharmos o pensamento de nosso Irmão Saulo, que por si é auto-explicativa. Vale a pensa refletir! Filhos e parentes difíceis são pedintes de amor! Pensemos seriamente nisso!

A ALQUIMIA DO AMOR •  J. Herculano Pires (Irmão Saulo)

Para transformar as almas só existe um poder miraculoso: o amor. Sem ele, caímos inevitavelmente no cadinho do sofrimento, sob o fogo da dor. O amor é aquela energia misteriosa que os alquimistas procuravam, capaz de produzir a panaceia universal, remédio para todos os males, a revelar a pedra filosofal que transformava os metais comuns em ouro. A um toque de amor, as almas rudes e violentas se aprimoram e se abrandam.
Por isso, ensina-nos Emmanuel que filhos e parentes difíceis não são enviados a nós apenas como inimigos do passado, mas também como criaturas queridas que perdemos nos descaminhos da vida. Nosso amor os atrai para transformá-los. Nesses casos de alquimia espiritual, os pais são sempre pacientes, abnegados, como os alquimistas medievais que se empenhavam em longas destilações e fundições em busca de resultados impossíveis.
Em geral, pensamos que os alquimistas nada produziram nas suas loucas tentativas. Mas a verdade histórica é bem outra. Da velha alquimia nasceu a química, toda uma técnica de filtragem e mistura, de fusão de metais, com resultados positivos para a evolução científica do planeta. Assim, também na alquimia do amor, através das metamorfoses da reencarnação, os sacrifícios não são inúteis, os sofrimentos trazem os seus frutos.
A mãe, que tudo perdoa e tudo esquece, acaba tocando o coração do filho e nele acende a chispa renovadora do amor. O pai, que suporta a rebeldia do filho em nome do amor paterno, dá-lhe a lição viva do exemplo que o libertará do passado negativo. Ai de nós se não fosse o amor, esse toque do espírito que, como a vara de Moisés, faz nascer da pedra a água para os sedentos!
Deus criou o mundo por amor; num ato de amor fez surgir o caos do nada e o cosmos do caos. Essas alegorias aturdem os espíritos positivos, mas quando encaramos a vida em suas transformações, vemos que a metamorfose é uma lei universal. Por toda parte, as coisas e os seres se transformam. Os educadores antigos usavam os castigos físicos para os alunos rebeldes, mas os pedagogos modernos verificaram que a verdadeira disciplina é a que nasce do coração do educando, tocado pelo coração do mestre.
Descartes descobriu que a ideia de Deus é inata no homem; Rousseau revelou a bondade natural da criatura humana e, desde Pestalozzi, sabemos que a educação é um ato de amor. Mas esse ato de amor não se realiza apenas na escola, começa no lar e prossegue pela vida afora. Os pregoeiros do ódio e da violência ainda infestam a nossa cultura, mas os conflitos e as fogueiras que acenderam se vão apagando ante a compreensão de que o amor é a única força capaz de modificar o mundo. Por isso, Jesus ensinou que devemos amar os nossos inimigos e perdoar sempre.
Filhos e parentes difíceis são pedintes de amor que o nosso amor atraiu para as nossas vidas. Não são provações, são apenas provas.
Artigo publicado originalmente na coluna dominical "Chico Xavier pede licença"  do jornal Diário de S. Paulo, na década de 1970.

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