A EDUCAÇÃO MODELA A ALMA!

PREPARAÇÃO OU LIBERDADE? • Francisco Cândido Xavier

Francisco Cândido Xavier conta os precedentes da mensagem CRIANÇA E NÓS, dizia nosso Chico em uma de suas missivas para o Irmão Saulo:
“O público para as nossas tarefas espirituais da noite trazia diversas famílias que indagavam, sem o saberem umas das outras – já que vinham de procedências variadas – quanto aos problemas da infância. Muitas perguntas como estas eram formuladas:
– Devo largar meus pequenos à solta para não prejudicá-los?
– Será justo permitir que meu filho de tenra idade se transforme em pequena máquina de estimação dentro de casa, com a ideia de que somente assim será feliz no futuro?
– Como proteger as minhas crianças sem controlar-lhes os impulsos infelizes?
– Devo deixar os meus pequeninos em liberdade irrestrita, fazendo o que lhes venha à cabeça, a pretexto de garantir-lhes a saúde?
– Será natural deixar a criança crescer com a ilusão de que é plenamente livre, para depois encontrar, na posição de adulto, os constrangimentos da disciplina social, indispensável em qualquer parte, que lhe doerão ou pesarão muito mais pela ausência de treino ou preparação?
As respostas estão claras no Evangelho Segundo o Espiritismo  sob o título 'OS ÓRFÃOS', no item 18 do Capítulo XIII. Dando a oportunidade a esclarecedoras explicações de nossos comentaristas. O nosso Emmanuel escreveu a página CRIANÇA E NÓS, na expectativa de que seja útil às nossas reflexões.” Pensem nisso!

CRIANÇAS E NÓS •  Emmanuel

Muitos setores das ciências psicológicas asseveram que é indispensável preservar a criança contra a mínima coação, a fim de que venha a se desenvolver sem traumas que lhe prejudicariam o futuro. Isso, no entanto, não significa que deva crescer sem orientação. Independência desregrada gera violência, tanto quanto violência gera independência desregrada.
Releguemos determinada obra arquitetônica ao descontrole e teremos para breve a caricatura do  edifício que nos propúnhamos construir. Abandonemos a sementeira a si própria e a colheita se nos fará desencanto. Exigimos a instituição de um mundo melhor. Solicitamos a concretização da felicidade comum. Sonhamos com o levantamento da paz de todos. Esperamos o reino da fraternidade. Como atingir, porém, semelhantes conquistas sem a criança no esquema do trabalho a realizar?
Não mergulhará teu filho nas ondas revoltas da ira quando a dificuldade sobrevenha, e sim não te omitirás no socorro preciso, sem deixá-lo à feição de barco desarvorado ao sabor do vento. Não erguerás contra ele a palavra condenatória nos dias de desacerto, a insuflar-lhe, talvez, ódio e rebeldia nos recessos da alma, e sim procurarás sustentá-lo com a frase compreensiva e afetuosa que desejarias ter recebido em outro tempo, nas horas da infância, quando te identificavas na sombras da indecisão.
Sabes conduzir a criança ao concurso da escola, à assistência do pediatra, ao auxílio do costureiro ou ao refazimento espiritual nos espetáculos recreativos. Por isto mesmo não lhes sonegue apoio ao sentimento para que o sentimento se lhe faça correto.
Concordamos todos em que a criança necessita de amor para crescer patenteando mente clara e corpo sadio, entretanto, é impossível efetuar o trabalho do amor – realmente amor – sem bases na educação.

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