O CULTIVO DO AMOR!

O CULTIVO DO AMOR •  J. Herculano Pires (Irmão Saulo). Uma análise da psicografia CASAR-SE de nosso irmão Emannuel. Vale a pena refletir!

A lei civil do casamento, segundo lemos no item 4 do capítulo XXII de O Evangelho Segundo o Espiritismo, “tem por fim regular as relações sociais e os interesses familiares, segundo as exigências da civilização”. E a seguir vem esta observação: “Mas nada, absolutamente, impede que ela seja um corolário da lei de Deus.” E a lei de Deus, no caso, é a lei do amor. Quer dizer que o casamento civil deve efetuar-se por amor e não por conveniência de qualquer espécie. A falta de conjugação dessas duas leis, a humana e a divina, é a causa principal dos fracassos no casamento.
Entre os interesses que podem influir na determinação do casamento figuram também a vaidade e a atração sexual, ambos elementos estranhos ao amor e por isso mesmo de natureza efêmera. Em casos dessa natureza, como em vários outros, a separação se torna inevitável e o divórcio aparece então como a lei civil que serve de remédio à separação dos casais, permitindo aos pares frustrados a reconstrução do lar em bases legítimas com outros cônjuges. “Um dia se perguntará – diz ainda o trecho citado – se uma cadeia indissolúvel não aumentará o número das uniões irregulares”.
Mas quando o lar se formou com base no amor, as decepções que podem surgir têm o remédio no próprio amor. Quem ama sabe tolerar e perdoar. As dificuldades serão superadas dia a dia pelo cultivo do amor. Basta que cada cônjuge se lembre de que as frustrações são recíprocas. O mesmo acontece com o artista na realização de sua obra. O ideal está sempre acima do real. Mas o verdadeiro artista sabe disso e procura superar a sua frustração pelo esforço constante de aperfeiçoamento.
O cultivo do amor é como o cultivo da arte. E quem romper um casamento de amor, por simples intolerância, não encontrará mais remédio para a sua solidão.
Artigo publicado originalmente na coluna dominical "Chico Xavier pede licença"  do jornal Diário de S. Paulo, na década de 1970.

Comentários