A UNIÃO DO INTELECTO COM A INTUIÇÃO - A CRIAÇÃO DE NOSSO CRISTO INTERNO

ESTUDO DOS EVANGELHOS À LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA
29.6 - UNIÃO DO INTELECTO COM INTUIÇÃO PARA CONCEPÇÃO DO CRISTO 
INTERIOR DE CADA UM DE NÓS.

A própria INTUIÇÃO, sobretudo levada pelo INTELECTO, supõe e deseja que alguém lhe dê a iniciação. Espera o milagre, certa de que o grande encontro se realizará por meio de uma palavra  mágica ou de um gesto cabalístico, com um rito exótico. Essa é a estranheza manifestada por Maria  (simbolizando a INTUIÇÃO) quando diz que não conhece homem, que não está em contato com um  iniciado ou adepto. O homem de Deus (Gabriel) esclarece (por omissão) que não é disso que se trata:  que não há homem que possa resolver esse caso. O Espírito Santo que está dentro dela (o Senhor é  contigo), é que se manifestará, e ela será envolvida por sua sombra. Trata-se da shekinah, tão  conhecida pela mística judaica. Todas as experiências do encontro com o EU Supremo (segundo o  testemunho dos que o conseguiram, em qualquer das correntes religiosas), tem um ponto em comum: a criatura se sente envolvida por intensa luminosidade, que é comparada a um relâmpago, a um incêndio,  enquanto ela mesma se expande ao infinito, mergulhando e desfazendo-se na luz. O mergulho na luz é  a descida da shekinah. Por essa razão, o homem novo que daí nasce é chamado Santo, Filho de Deus.  Para incentivá-la a dar o último passo, Gabriel cita-lhe o exemplo de Isabel, sua parenta (ou seja, de  todos os seres, parentes nossos, que atingiram o grau de adoradores de Deus - Elisheba), que se  encontra no mesmo ponto evolutivo, no penúltimo degrau, no sexto mês, aguardando a iluminação,  embora desta ninguém mais esperasse nada, pois não era julgada capaz de consegui-lo, após tantos  anos de tentativas infrutíferas (esterilidade). E como coroamento, conclui: nada é impossível a Deus.  Vencida e convencida, Maria submete-se com máxima humildade à vontade divina, A humildade real,  na qual a criatura se entrega qual escrava para obedecer em tudo e sempre, sem reconhecer nenhum  direito para si, é o caminho único que leva ao encontro com o EU profundo. Mas essa humildade precisa querer que se realize o ato, precisa entregar-se total e plenamente, sem condições nem  reservas. Isto porque, embora sendo, como é, a causa de tudo, Deus é a humildade máxima: jamais se  mostra, jamais assina Suas obras, jamais pede retribuição de nenhum dos benefícios prestados, e Sua  vida toda se resume em SERVIR a todos, dando tudo de graça, sem distinção alguma de pessoas. Por  isso, quando a criatura atinge o grau de perfeita humildade, encontra Deus em si, por sintonia vibratória, e passa a viver UM com DEUS. Isso mesmo ocorreu com Maria: no momento em que se conformou plenamente com a vontade do Pai, aniquilando a sua vontade pequenina, anulando sua personalidade, nesse momento concebeu JESUS, encontrou DENTRO DE SI (em seu coração) o Filho de Deus, o CRISTO, que nasceu virginalmente, ou seja, sem obra nem intervenção de homem. Esse o sublime simbolismo que aprendemos desse trecho de Lucas, deduzindo-o dos fatos reais, que ocorreram na Palestina há quase dois mil anos. Lições de inestimável valor para nosso aprendizado.

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