DUAS INTERPRETAÇÕES DO SONHO DE JOSÉ

ESTUDOS DOS EVANGELHOS À LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA 
40 - A FUGA PARA O EGITO
40.2 - DUAS INTERPRETAÇÃO DO SONHO

Diversas anotações podem ser feitas em torno da viagem de Jesus ao Egito. A fuga se dá à noite. O intelecto (José), iluminado pelo Alto (anjo) leva consigo a intuição (Maria) e o recém-nascido Homem-Novo (Jesus) e adentra-se pela noite do isolamento, a fim de favorecer o crescimento da criança. Esta, enquanto nova e indefesa, não deve, não pode, permanecer no bulício das cidades: tal como a semente, que para germinar mergulha na noite do solo, assim o recém manifestado Cristo necessita da solidão e do silêncio para desenvolver-se. Era mister fugir do mundo (Herodes) que desejava matá-lo, para que não fosse sufocada a plantinha ainda tenra e frágil. Outra interpretação: todos os espíritos, na senda evolutiva, necessitam passar alguma (ou algumas) fases na Terra, enclausurados, longe do bulício, treinando a meditação e o mergulho em si mesmos. Daí a existência de eremitérios e mosteiros, mantidos pelas religiões, para ajudar a esses que se encontram nessa fase. Sob esse aspecto, a viagem de Jesus pode ter significado a necessidade de isolamento entre irmãos que não fossem do próprio sangue (exatamente o que ocorre nos mosteiros e conventos). Essa reclusão temporária (relativamente à vida eterna do espírito) serve para educá-lo a sair do egoísmo familiar (consanguíneo) exercitando-se no amor aos não consanguíneos. (Não nos referimos, aqui, à pessoa de Jesus: estamos falando que o exemplo de Jesus ao fugir para o Egito pode representar a fuga de nossos espíritos para longe da família carnal).

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