O ESPÍRITO DE ELIAS - SAUDAÇÃO A JESUS!

ESTUDO DOS EVANGELHOS À LUZ DO ESPIRITISMO [PASTORINO]
VISITA A ISABEL
30.2 - EXPLICAÇÃO DE "CHEIA DO ESPÍRITO SANTO" POR ISABEL - O ESPÍRITO DE  ELIAS- SAUDAÇÃO A JESUS!

Cheia, em grego, aoristo passivo do verbo. Sendo passivo, significa que o encher-se não dependeu  dela (seria então empregado a voz média), mas sim de um elemento externo; esse agente da passiva  está expresso: um espírito. Todavia esclarece-se que era bom, era santo. Entre [NÓS] espiritistas,  interpretamos com um vocábulo moderno: [INCORPOROU UM BOM ESPÍRITO - Grifo nosso]. Então levanta a voz gritando, o que evidencia não ser ela mesma quem fala; se o fora, falaria com sua voz normal. Que espírito se incorporaria mais naturalmente em Isabel nessa circunstância. Dada a grande evolução espiritual de Elias, era-lhe possível manter a consciência desperta mesmo durante a formação de seu corpo físico no ventre de Isabel. E incorporar-se nela não lhe trazia nenhuma dificuldade, pois ela já lhe estava servindo de médium de materialização de seu veículo físico denso. Ora, o espírito de Elias sabia de tudo o que estava ocorrendo, e tinha visão espiritual ampla, ao passo que Isabel não podia, humanamente, descobrir a gravidez de Maria, que não tinha nem um mês, e , portanto, não aparecia externamente. Segundo o princípio teológico, uma explicação simples e natural deve sempre ser preferida a outra complicada e milagrosa, ou seja, jamais deve recorrer-se a um milagre, nos casos em que pode dar-se uma explicação natural. Ora, é mais simples e natural a explicação da incorporação de Elias (confessada pelo evangelista, quando diz FICOU CHEIA DE UM ESPÍRITO SANTO), do que termos que recorrer a revelações divinas excepcionais e a milagres. Falamos aqui em espírito de Elias, e não de João Batista porque, na realidade, esse espírito ainda não assumira a nova personalidade de João, pelo novo nascimento: e Gabriel, ao falar a Zacarias, diz claramente: IRÁ COM O ESPÍRITO DE ELIAS (vers. 17). Esta explicação da consciência do espírito ainda no seio materno é dada por Tertuliano, por Orígenes, por Irineu, por Ambrósio, e o teólogo Suarez (in III, q, XXVII, disp. IV, sect. VII, n. 7) diz mesmo que, desde esse momento, o  espírito tinha o uso da razão. Isso tudo é mais lógico e natural do que recorrer a uma intervenção divina, como faz Agostinho . O espírito de Elias, conhecedor dos fatos,  saúda Maria como bendita entre as mulheres, e acrescenta: bendito é o fruto que está em teu ventre.  Depois, numa exclamação  de suprema alegria, reconhecendo o espírito de Yahweh, encarnado no ventre de Maria, tem aquela pergunta que revela sua humildade, e também o reconhecimento do Deus de Israel: como é que me vem visitar a mãe de meu Senhor. Isabel, consciente das palavras que tinham sido ditas por sua boca, comenta o fato, dizendo que, logo que ouviu a voz de Maria, a criança deu saltos de alegria em seu ventre. E conclui abençoando Maria, porque nela se cumpriram as promessas antigas de Yahweh, e também porque ela deu crédito ao anjo que lhe participara a noticia. Depois de recebido o aviso do próximo encontro com a Divindade, a criatura se afasta  precipitadamente de seu habitat normal: vai às montanhas, para ficar em meditação silenciosa, ou seja, sobe ao nível mais alto de vibrações que lhe seja possível, esquecendo tudo o que é de baixo, da Terra, da planície. Nesse nível extra-material, encontra espíritos de igual elevação, e com eles se comunica em palavras de louvor a Deus. Observemos desde já que, [todas as vezes que as Escrituras querem assinalar uma elevação de vibrações, por meio da prece ou da meditação, elas o fazem com a expressão SUBIU A UM MONTE - Grifo nosso]. 

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