O NASCIMENTO DE JOÃO BATISTA

ESTUDO DOS EVENGELHOS À LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA [PASTORINO]
30.6 - O NASCIMENTO DE JOÃO BATISTA
LUC. 1:57-66
57. Chegado o tempo de dar à luz, Isabel teve um filho; 58. Seus vizinhos e parentes, sabendo da grande misericórdia que o Senhor manifestava para com ela, participavam de seu regozijo; 59. No oitavo dia vieram circuncidar o menino, e iam dar-lhe o nome de seu pai: Zacarias; 60. Sua. mãe, porém. disse: “Não, mas será chamado João”; 61. Disseram-lhe: “Ninguém há entre teus parentes que tenha esse nome”; 62. E perguntavam por acenos ao pai que nome queria que lhe pusessem.; 63. Ele, pedindo uma tabuinha, escreveu: “João é seu nome”. E todos se maravilharam; 64. Imediatamente lhe foi aberta a boca e solta a língua, e começou a falar, bendizendo a Deus; 65. O temor apoderou-se de todos os seus vizinhos e divulgou-se a notícia de todas essas coisas por toda a região montanhosa da Judéia; 66. e todos os que delas souberam, as guardavam no coração dizendo: “Que virá a ser então, esse menino?” Pois na verdade a mão do Senhor estava com ele.

A expressão chegado o tempo de dar à luz é repetição de Gên. 25:24, e a atribuição do fato à misericórdia divina reproduz Gên. 19:19. O acontecimento causou grande alegria e alvoroço entre a parentela e a vizinhança . O evangelista passa então a narrar a cena da circuncisão, de acordo com a lei (Gên. 17:12; 21:4 e Lev. 12:3) . O rito da circuncisão não era atribuição sacerdotal: qualquer israelita podia desempenhá-lo, mesmo na residência dos pais; em todas as localidades havia (e ainda hoje existe) o MOHEL, pessoa habilitada para essa delicada operação no recém-nascido. O fato de Lucas citar a presença de Isabel demonstra que a operação se realizou em sua residência, pois a mulher que dava à luz só podia sair de casa quarenta dias depois do parto. No ato da circuncisão, rito pelo qual o menino era oficialmente incluído no povo israelita, era-lhe  imposto o nome. Causa estranheza o fato de quererem colocar no filho, o nome do pai, o que contrariava o costume israelita. Mas, em vista da idade provecta do pai, não haveria futuramente possibilidade de confusão entre os dois. Nesse ponto intervém Isabel, que quer dar ao menino o nome de João. Os parentes não aceitam a sugestão porque fugia aos hábitos judeus não só ser o nome escolhido pela mãe, como ainda que se impuser se um nome que já não houvesse na família. Por isso interrogam Zacarias por acenos(demonstrando sua surdez temporária). Este pede uma tabuinha recoberta de cera e com um estilete escreve o nome de João, confirmando o que dissera Isabel. O evangelista anota a admiração de todos e a divulgação que teve a notícia nas redondezas. A expressão guardar no coração é típica do hebraico (Cfr. 1.0 Reis, 21:12 e Iso 57:1) e exprime  refletir, tomar em grande consideração. Outra expressão idiomática aparece em a mão do Senhor,  significando a proteção divina (Cfr. Atos 11:21 e 13:11).

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