OS MANUSCRITOS BÍBLICOS

ESTUDOS DE EVANGELHO À LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA
INTRODUÇÃO - PARTE II  [TERMOS TÉCNICOS CONTINUAÇÃO - OS MANUSCRITOS]

MANUSCRITOS
Os primeiros exemplares do Novo Testamento eram copiados em papiros (espécie de papel) , material frágil e facilmente deteriorável. Mais tarde passaram a ser escritos em pergaminho (pele de carneiro) , tornando-se mais resistentes e duradouros. Os manuscritos eram grafados em letras capitais ou unciais (ou seja, maiúsculas) . Só a partir do 8º século passaram a ser escritos em cursivo, ou letras minúsculas. ROLOS - As cópias eram feitas em folhas coladas umas às outras, formando uma tira enorme, que era enrolada em rolos ou volumes.
CÓDICES - Quando as páginas permaneciam separadas e eram costuradas como os nossos livros atuais, por uma das margens, tinham o nome de códices.
COPISTAS
Os encarregados de copiar os manuscritos chamavam-se copistas ou escribas. Mas nem sempre conheciam bem a língua, sendo apenas bons desenhistas das letras. Pior ainda se tinham conhecimento da língua, porque então se arvoravam a emendar o texto, para conformá-lo a seus conhecimentos. Não havia sinais gráficos para separação de orações, e as próprias palavras eram copiadas de seguida, sem intervalo, para poupar o pergaminho que era muito caro. Dai os recursos empregados, como:
ABREVIATURAS - Ou reunião de várias letras numa  SIGLA-  por exemplo: pq, para exprimir porque.
Algumas abreviaturas eram perigosas, como: OC, que significa aquele que. Mas se houvesse um pequenino sinal no meio do O, fazendo dele um theta, passaria a significar Deus, (cfr. I Tim. 3:16).
COLAÇÃO - A colação de códices é a comparação que se faz entre dois ou mais códices, escolhendo-se a melhor lição para cada passo.
CUSTOS LINEARUM - A expressão latina custos linearum (guarda das linhas) era empregada para designar uma letra que  se escrevia no fim das linhas, para encher um espaço que ficasse vazio. Por vezes o custos era  interpretado como uma abreviatura, e entrava como uma interpolação; doutras vezes era realmente uma abreviatura, e era interpretada como custos, não se copiando.
HAPAX LEGÓMENA - São duas palavras gregas que indicam uma palavra usada por um só autor, isto é, um neologismo  criado pelo autor e desconhecido antes dele, e que vem empregado uma só vez na obra, como por exemplo a palavra epiousion em Mt. 6.1, que não foi traduzida na Vulgata.
HARMONIZAÇÃO - Tentativa que faziam os copistas para harmonizar o texto de um livro com o de outro, acrescentando ou tirando palavras.
INTERPOLAÇÃO - Quando um leitor anotava, na entrelinha ou na margem, um comentário seu, e o copista, julgando-o um esquecimento do copista anterior, introduzia esse comentário como parte do texto. LIÇÃO - Diz-se da maneira especifica de dizer uma frase, Isto é, da forma exata pela qual está escrita. PASSO- É o trecho citado de um autor, por exemplo: este passo de Mateus está diferente do de Marcos. SALTO - Quando o copista pula uma letra, uma silaba, uma palavra ou até uma linha, por distração ou confusão.
SIGLAS - Abreviações usadas para poupar espaço e tempo.
VARIANTE - Quando existe uma diferença entre dois códices, diz-se que há uma variante.

PRINCIPAIS MANUSCRITOS
Os códices gregos unciais (ao todo, pouco mais de cem existem) , são bastante antigos. Os principais
são: A - (alef) ou Sinaítico, no Museu Britânico (séc. IV); B - Alexandrino, no Museu Britânico (séc. V); C - Vaticano, no Museu Vaticano, (Séc. IV); D - É Irem, na Biblioteca Nacional de Paris (séc. V);  E - Beza, na Universidade de Cambridge, (séc. VI); E2 - Claromontano, na Bibl. Nac. de Paris (séc. VI).
Dos CÓDICES GREGOS cursivos ainda existem 1.825 cópias.
Os principais CÓDICES LATINOS, com o texto da vetus latina, isto é, da primitiva tradução anterior aJerônimo, são: a - Vercellensis (séc. IV) na catedral de Vercelli; b - Veronensis (séc. V) na Biblioteca de Verona; c - Colbertinus (séc V) na Bibl. Nac. de Paris; d - Beza (séc. V) na Univ. de Cambridge; e - Palatinus (séc. V) na Bibl. Nac. de Viena; f - Brescianus (séc. VI) na Bibl. de Brescia; h - Claromontanus (séc. IV/V) na Bibl. Vaticana n.º 7.223.
Quanto aos códices da VULGATA, existem mais de 2.500, remontando os mais antigos aos séculos VI e VIII.

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