OS REIS MAGOS

ESTUDO DOS EVANGELHOS À LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA
39 - VISITA DOS MAGOS [PASTORINO]
39.2 - OS REIS MAGOS

A seguir vem a notícia dos magos, que a tradição popular elevou à categoria de reis. Dividamos o estudo em itens:
1 - QUEM ERAM. Os historiadores gregos Heródoto e Xenofonte dizem-nos que os magos constituíam uma casta sacerdotal muito conceituada entre Medos e Persas, ocupando-se sobretudo de medicina., astronomia (astrologia) e ciências adivinhatórias. A palavra é atestada no latim: magus e magnus; no hebraico magh, no pehlvi mogh; e no sânscrito mahat grande (cfr. Mahatma  = grande alma) . Por intermédio de Jeremias (39:13) sabemos que Nabuzardan, oficial superior de Nabucodonozor, era rab magh, isto é, chefe dos magos. São citados em Daniel (1:20; 2:2, 10, 17 etc.). Nos Atos dos Apóstolos há dois magos: Simão (8:9) e Elymas (13:8), que mais parece terem sido mágicos. Mateus deixa entrever neles personagens estrangeiras de importância, como sábios a quem honrava o título de magos. Interessante notar que nas pinturas cristãs dos primeiros séculos (Santa Priscila, em Roma, 2.º século, e o mosaico frontal da Basílica de Belém, 4.º século) os magos são representados com bonés frígios, quais sacerdotes persas.
2 - DONDE VIERAM. O fato do serem magos os sacerdotes persas, faz supor que tenham vindo da Pérsia. Mas, por serem astrólogos, supõe-se que eram da Caldeia. No entanto, para a Palestina, o Oriente era a Arábia, ao passo que a Mesopotâmia (Pérsia e Caldeia) ficava antes ao norte. Tanto que em Joel (2:20) o inimigo tradicional assírio era chamado o nortista. Os presentes trazidos também falam a favor da Arábia: Isaías (10:10) cita o ouro e o incenso de Sabá; Jeremias (6:20) do incenso da Arábia; a rainha de Sabá traz ouro em quantidade (1 Reis, 10:2) os navios de Salomão trazem ouro de Ofir (1 Reis, 9:28). A mitra, isto é, a resina do Balsamodendron, provinha da Arábia. De lá os supunham Justino, Orígenes e Epifânio, que viveram na Palestina, embora outros pais da igreja digam terem eles vindo da Pérsia .
3 - NOMES E NÚMERO. São desconhecidos. Beda (escritor inglês nascido em 673 e desencarnado em 735) é que os batizou de Gaspar, Melchior e Baltazar. Também não sabemos quantos eram: a tradição da igreja latina os limita a três, por causa dos presentes; mas nas igrejas sírias e armênias julga-se que eram doze. Tudo no terreno das conjecturas.
4 - ÉPOCA DA CHEGADA. Também é incerta. A pergunta a respeito de um recém-nascido faz supor que se trata de menos de um ano a partir do nascimento de Jesus. O mesmo se deduz da ordem de Herodes, mandando sacrificar todas as crianças de dois anos para baixo (aumentando o limite da idade, para estar certo de que apanharia na rede a criança visada) .
5 - O ASTRO. Os magos dirigiram-se a Jerusalém para indagar do nascimento do Messias, por causa do astro que haviam visto no oriente. Que espécie de astro? Supõem alguns ter-se tratado de um cometa. Improvável, porque os cometas não desaparecem para aparecer mais tarde. Em 1603, o grande astrônomo Kepler observou uma conjunção de Júpiter e Saturno no mês de dezembro. Na primavera seguinte, Marte aproximou-se desses dois planetas e, no outono, surgiu entre os três uma estrela nova de grande brilho. Kepler supôs que assim devia ter ocorrido na época do nascimento de Jesus. Fez os cálculos matemáticos e concluiu que no ano 747 de Roma (7 a.C.) Júpiter e Saturno se reuniram na constelação de Peixes (lembremo-nos de que, nessa época, a Terra estava a sair da constelação de Aries para entrar na de Peixes, tal como agora sai da de PEIXES para entrar na de AQUÁRIO, recuando sempre de um signo a cada dois mil anos. Recordemos ainda que o símbolo da época de Abraão a Jesus era o CORDEIRO, e, na época de Jesus começou a ser o PEIXE, utilizado pelos cristãos como emblema para identificar-se). Na constelação de Peixes, a Júpiter e Saturno uniu-se Marte na primavera de 748 de Roma (6 a.C.). Para um estudo mais minucioso, veja-se: Kepler, Opera Omnia, Frankfurt, 1858, tomo 4, pág. 346 e seguintes.[ESTAMOS EM PLENA ERA DE AQUÁRIO por mais 2.000 anos -Grifo nosso]

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