FUNCIONAMENTO DAS SENSAÇÕES

ESTUDO DE TÉCNICAS DE MEDIUNIDADE [PASTORINO-KARDEC]
EFEITOS DA BIOLOGIA NAS COMUNICAÇÕES MEDIUNICAS
43 - FUNCIONAMENTO DAS SENSAÇÕES

A ciência médica, eminentemente experimental, encontra sérias dificuldades em certificar-se das operações realizadas no interior do cérebro, já que não consegue proceder a suas experiências in ánima viva. E quando disseca o cadáver, aí já não mais encontra o principal agente, que é o “corpo astral”. Mas, o conhecimento positivo da atuação do espírito permite conclusões outras, ainda ignoradas da ciência experimental. Realmente a comunicação do físico com o corpo astral é feita através da “substância branca”. Mas o processo se passa da seguinte maneira:
1 - Os impulsos nervosos (eletromagnéticos) chegam, através dos nervos, ao córtex cerebral, sendo aí registrados.
2 - Do córtex os impulsos vão ao tálamo, que funciona de, fato como um “relais” entre o córtex e a substância branca.
3 - No tálamo, que é comandado diretamente pelo espírito por intermédio do corpo astral,faz-se o julgamento das necessidades psíquicas da conscientização desses impulsos ou não.
4 - Estando o tálamo com o “relais” ligado ao córtex, todas as sensações passam à substância branca, e portanto são conscientemente percebidas.
5 - O tálamo, por ordem do espírito, pode desligar os “relais” do córtex. Os impulsos continuam chegando normalmente ao córtex, mas não passam para a substância branca, interrompidas que foram no tálamo, e por isso o corpo astral não toma conhecimento delas.
Daí ocorre que:
a) quando o espírito sente que o corpo necessita de repouso, desliga os “relais” do tálamo, e o corpo entra no estado de sono;
b) quando, mesmo no sono, há necessidade ou utilidade de o indivíduo tomar conhecimento de algum rumor (ouvido), ou da luz (vista) ou de algum contacto, ou calor, ou frio (tato), são ligados os “relais” correspondentes, e a criatura desperta;
c) quando no organismo surge alguma doença, mesmo durante o sono, os “relais” são ligados, e a pessoa acorda;
d) uma sensação que mais dificilmente se desliga é a do olfato: mesmo dormindo os impulsos odoríferos são sentidos; previne-se com isso o perigo do fogo, pois o cheiro da fumaça desperta a criatura;
e) quando o espírito está prevenido para despertar a determinada hora, no momento exato provoca a religação dos “relais” do tálamo com o córtex e a pessoa acorda na hora que queria;
f) nem todos têm o mesmo grau de desligamento. Em muitas pessoas permanece o reflexo, por indução, do que ocorre: são ditas “de sono leve”, pois qualquer coisa anormal as desperta;
g) outras pessoas desligam totalmente o tálamo do córtex: têm o “sono pesado” ou “profundo”;
h) na mediunidade, ao ligar-se, o espírito comunicante pode querer ocultar do médium o que se passa: desliga os “relais” do tálamo, e dá-se a mediunidade “inconsciente”, pois a comunicação passa diretamente pelo córtex para os nervos aferentes, exteriorizando-se em palavras faladas (psicofonia) ou escritas (psicografia). No entanto, uma disposição orgânica própria da criatura pode causar essa mediunidade mecanicamente, independente da vontade do espírito comunicante;
i) quando a criatura entra em contemplação (sâmâdhi), o tálamo desliga seus “relais”, e ela perde consciência de todos os seus veículos físicos: todas as sensações corpóreas desaparecem no inconsciente, de tal forma que, externamente, ela parece dormir; mas intimamente, sua consciência está mais desperta do que nunca, porque vibra no plano astral ou no mental;
j) durante o sono, desligados os “relais” do tálamo, a consciência da criatura permanece funcionando apenas no corpo astral. Daí podem ocorrer duas hipóteses:
1ª - se o corpo astral se afasta do corpo físico, vive sua própria vida independente; se o que vive se comunica ao tálamo, este pode comunicá-lo, ao despertar, ao córtex, e a pessoa se recorda do que viveu realmente;
2ª - se o corpo astral não se desliga do corpo, o tálamo reproduz as imagem e sensações recebidas durante o estado de vigília, provenientes do córtex: é o sonho fisiológico, geralmente inconseqüente; ao despertar recorda-se vagamente de trechos esparsos e incongruentes do que viu ou sentiu.

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