DISTINÇÕES NA ACEPÇÃO DA PALAVRA ESPÍRITO

ESTUDO DOS EVANGELHOS A LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA 
[PASTORINO-KARDEC]
102 - O MERGULHO DE JESUS [BATISMO]
102.6 – DISTINÇÕES NA ACEPÇÃO DA PALAVRA ESPÍRITO

Vamos aproveitar para esclarecer a distinção que fazemos das diversas acepções da palavra ESPÍRITO. Ora o escrevemos entre aspas e com inicial minúscula: “o Espírito”, e queremos então referir-nos ao termo comum de espírito desencarnado, isto é, ao espírito da criatura que ainda está preso à personalidade, com um rótulo, ou seja, um NOME: por exemplo, o espírito de João, o espírito De Antônio, etc . Doutras vezes escrevemos a palavra com inicial maiúscula: o Espírito, e com isso significamos a individualidade, ou seja, o trio superior composto de Centelha Divina, Mente e Espírito, mas sem nome, não sujeito a tempo e espaço. Então, quando o Espírito se prende à personalidade, passa a ser o espírito de uma criatura humana, encarnada ou desencarnada. O Espírito é o que está em contato com o Eu Profundo, enquanto o espírito está em contato com o eu pequeno, que tem um nome. Somos forçados a fazer estas distinções para que as ideias fiquem bem claras. Além desses, temos o Espírito de Deus, ou o Espírito Santo, que é a manifestação cósmica da Divindade, também chamado o Cristo Cósmico, de que todos somos uma partícula, um reflexo; em nós, o Cristo é denominado Cristo Interno ou Centelha Divina, e é a manifestação divina em cada um de nós. Não se pense, entretanto, que a reunião de todas as Centelhas divinas ou mônadas das criaturas forme o Cristo Cósmico. Não! Ele está imanente (dentro de todos nós), mas é INFINITO e, portanto, é transcendente a todos, porque existe ALÉM de todos infinitamente. O mergulho de que falamos exprime, em primeiro lugar, o ENCONTRO do espírito (personalístico) com o seu próprio Espírito (individualidade), e depois disso, em segundo lugar, a absorção do Espírito no mais recôndito de seu EU profundo, ou seja, a UNIFICAÇÃO do Espírito com o Cristo Interno, com sua consequente INTEGRAÇÃO com o Cristo Cósmico.
Quando a criatura dá esse mergulho profundo, o Espírito de Deus desce sobre ele e nele permanece, porque a união é definitiva e absorvente. Para conseguir-se o mergulho, temos que ir ao encontro de Deus em nosso coração, mas também temos que aguardar que Deus desça a nós, ou seja, temos que esperar a ação da graça, para então realizar-se o Encontro Sublime.

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