JOÃO BATISTA - O ARAUTO DE DEUS - SIMBOLISMO



ESTUDO DOS EVANGELHOS A LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA[PASTORINO - KARDEC
80.3 - JOÃO BATISTA - O ARAUTO DE DEUS - SIMBOLISMO
Luc. 3: 1-6, Mat. 3:1-16 e Marc, 1 -1-6

O estudo do simbolismo leva-nos a várias conclusões. Em primeiro lugar verificamos que as anotações de datas e cronologias são dadas em relação a João, e não a Jesus. Com efeito, João representa a personalidade, que ainda está sujeita a tempo e espaço, ao passo que Jesus, a individualidade, transcende tudo isso e vive na eternidade sem datas e sem pontos de referência.
Anotemos de passagem o simbolismo de alguns dos nomes citados. Além de João (Yohânan = Yahweh é favorável), temos uma descrição rápida do ambiente em que João começou o ministério da pregação. O governador supremo o César, era a figuração de Roma, representada pelo Rio Tibre (Tiber - Tibérius) e seu representante, lançado como uma ponte (Pontius) armada (Pilatus = armado de pila, uma arma romana), dominava a religião (Judéia = louvor a Deus); Herodes, o idumeu (edom = vermelho, sangue), domina a região fechada (coração, Galiléia) e o amigo dos cavalos (Felipe) na região rude e árida (Traconites); mas aquele que dissipa a mágoa (Lisânias) governa a planície verdejante (Abilene). Como superiores religiosos oficiais a graça (Anás) dominado pelo opressor (Caifás). Esse o painel confuso da Terra, quando a grande personalidade de João inicia sua missão de Precursor: uns poucos bem intencionados, mas a maioria vivendo, por ignorância, na maldade e no materialismo. Nessa situação, vem ao arauto a palavra de Deus (não se trata do Logos, palavra ativa, principio criador, mas de REMA, palavra discursiva, articulada, que dá ordens), incitando-o a dar início à ação. 
A personalidade não é influenciada pelo Logos, que apenas atua na individualidade (coração). João (a personalidade) falava ainda no deserto de individualidades, exortando as criaturas ainda no lano animalizado à reforma mental, a fim de renunciarem à inferioridade e renascerem pela água, em nova personalidade (da mesma forma que o renascimento do corpo se efetua através do mergulho no líquido amniótico do ventre materno). O mergulho, pois é um renascer simbólico, como se a criatura entrasse no ventre materno da Mãe Terra e de lá saísse purificado dos erros das existências anteriores, nova criança, homem renovado. Todas as arestas precisam ser aparadas, os excessos amputados, as deficiências preenchidas, retificadas as veredas das intenções, afastadas as pedras, embotados os espinhos, para que a personalidade possa elevar-se, vendo a salvação que vem de Deus e atingindo assim, através do ingresso no reino dos céus, isto é, do viver na individualidade, a capacidade de aprender os ensinos de Jesus. Todos os que já estavam no plano do louvor a Deus (Judéia) e na visão da paz (Jerusalém) ouviam a voz a clamar e iam em busca do mergulho para o novo nascimento. Só quando a criatura atinge determinado grau de maturidade e que pode ouvir o apelo divino; porque toda reforma e toda melhoria em que vir de dentro para fora: o chamado deve ecoar no coração, para que este possa responder com honesta sinceridade

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