MINISTÉRIO DO PRECURSOR - JOÃO BATISTA E SEU BATISMO


ESTUDO DOS EVANGELHOS A LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA[PASTORINO - KARDEC
80.1 - MINISTÉRIO DO PRECURSOR - JOÃO BATISTA E SEU BATISMO
Luc. 3: 1-6, Mat. 3:1-16 e Marc, 1 -1-6

Entramos, agora, nos textos equivalentes dos sinópticos, com pequeníssimas variantes. Veio a João a palavra de Deus, ou seja, chegou-lhe a inspiração do Alto. O deserto de Judá (Juízes 1:16) estendia-se ao sul de Arad, a leste de Bersabé. Mas o deserto da Judéia era a planície de Jericó. João vivera retirado, entre os essênios, dos quais guarda as características, inclusive o hábito da purificação pela água. Havia três tipos de ablução entre os judeus: l.ª) as prescritas pela Lei Mosaica em Lev.14:1-32 (em caso de lepra), em Lev. 15:1-33 (após as relações sexuais) e em Lev. 11:24-27 (após tocar um cadáver). 2.ª) os batismos (mergulhos) essênios, para iniciação de novos membros, que se tornavam iniciados ou purificados (catharói), 3.ª) O batismo dos prosélitos judeus, que vinham do paganismo, e que conhecemos através de uma discussão entre as escolas de Hillel e de Chamai, e que parece ter sido um rito bem firmado já um século antes de nossa era. No 1.º século de nossa era, por influencia da escola de Hillel, tornou-se o rito de iniciação por excelência. João não permanece parado, mas percorre toda a circunvizinhança do Jordão, pregando o mergulho da reforma mental. A palavra batismo significa realmente mergulho, e o verbo batizar tem o sentido exato de mergulhar. Não é possível outra interpretação, da letra que é bastante clara. O termo vulgarmente traduzido por arrependimento (metánoia) tem o sentido preciso de reforma mental (metá e noús). Não é, pois, um arrependimento no sentido de chorar o mal que praticou, mas sim a modificação radical dos pensamentos, da mente, e do comportamento: a reforma mental.

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