“Nascer, morrer, renascer ainda, progredir
sempre, tal é a lei” – A. Kardec
VOCÊ É DEUS?
*Não és um observador distante da vida. Estás na condição de
membro do organismo universal, investido de tarefas e responsabilidades, de
cujo desempenho, por ti, resultarão a ordem e o sucesso de muitas coisas.
Considera-te pessoa valiosa no conjunto da criação, tornando-te cada dia, mais
atuante na obra do Pai. Não te permitas andar pela vida como quem observa de
fora, mas, ao contrário, participa de forma consciente e ativa das ações que
iluminam e enriquecem outras vidas.*
Narra Charles Swindoll que, logo depois do término da
segunda guerra mundial, a Europa começou a ajuntar os cacos que restaram. Grande parte da Inglaterra estava destruída. As ruínas estavam por todo lugar. E, possivelmente, o lado mais triste da guerra tenha sido assistir as
criancinhas órfãs morrendo de fome, nas ruas das cidades devastadas.
Certa manhã de muito frio, na capital londrina, um soldado americano estava
retornando ao acampamento. Numa esquina, ele viu, do seu jipe, um menino com o
nariz pressionado contra o vidro de uma confeitaria.
Parou o veículo, desceu e se aproximou do garoto. Lá dentro, o confeiteiro
sovava a massa para uma fornada de rosquinhas.
Os olhos arregalados do menino falavam da fome que lhe devorava as entranhas.
Ele observava todos os movimentos do confeiteiro, sem perder nenhum.
Através do vidro embaçado pela fumaça, o soldado viu as rosquinhas quentes, e
de dar água na boca, sendo retiradas do forno. Logo mais, o confeiteiro as
colocou no balcão de vidro com todo o cuidado.
O soldado ouviu o gemido do menino e percebeu como ele salivava. Em pé, ao lado
dele, comoveu-se diante daquele órfão desconhecido.
"Filho, você gostaria de comer algumas rosquinhas?"
O menino se assustou. Nem percebera a presença do homem a observa-lo, tão
absorto estava na sua contemplação.
"Sim," respondeu. "eu gostaria."
O soldado entrou na confeitaria e comprou uma dúzia de rosquinhas.
Colocou-as dentro de um saco de papel e se dirigiu ao local onde o menino se
encontrava, na gélida e nevoenta manhã de Londres.
Sorriu e lhe entregou as rosquinhas, dizendo de forma descontraída: "aqui
estão as rosquinhas."
Virou-se para se afastar. Entretanto, sentiu um puxão em sua farda. Olhou para
trás e ouviu o menino perguntar, baixinho: "moço...você é Deus?"
Existem gestos pequenos, mas que significam muito para algumas vidas. Para uma
criança faminta, um pedaço de pão é a glória. Para uma criança faminta e
desejosa de doces, conseguir ter alguns para saciar sua vontade, é a suprema
delícia.
Aprendamos a observar o de que necessitam as pessoas, ao
nosso redor. Quase sempre são coisas pequenas que podemos realizar, ocasionando
pequenas ou grandes alegrias. E sempre, em todas as ocasiões, a nossa atitude estará
obedecendo, com certeza, ao desejo do Pai Criador na atenção aos seus filhos na
Terra.
Pensemos nisso e não permitamos que as chances se percam,
nas vielas do mundo.
Sejamos, neste planeta azul, as mãos de Deus
atendendo os seus filhos. E, para isso, não se fazem necessários feitos
extraordinários, nem saciar a fome de todos. Por vezes, basta alimentar uma
criança ou satisfazer a enorme necessidade de alguém de comer um prato bem
feito, um pãozinho bem quente ou tomar um copo de leite.
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. Você é Deus, de Charles
Swindoll, do livro Histórias para o coração 2, de Alice Gray, ed. United Press
e do cap. 45 do livro Vida feliz, do Espírito Joanna de
Ângelis, psicografia de Divaldo Franco, ed. LEAL.
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