A VERDADE SOBRE A MESA J. Herculano Pires (Irmão Saulo) - A FAMÍLIA E REENCARNAÇÃO • Francisco Cândido Xavier

A VERDADE SOBRE A MESA J. Herculano Pires (Irmão Saulo) - A FAMÍLIA E REENCARNAÇÃO •  Francisco Cândido Xavier

Chico Xavier conta como surgiu o assunto, durante a peregrinação que faz semanalmente aos lares dos amigos menos afortunados do bairro em que reside, sempre acompanhado por visitantes de outras cidades:
“Enquanto realizávamos a nossa visita fraterna a companheiros de nosso bairro, estava conosco uma estudiosa caravana de irmãos das cidades de São José do Rio Preto, Mirassol, Votuporanga e Ribeirão Preto. Durante todo o percurso, a nossa conversação foi um debate amistoso sobre assuntos do lar. Ao todo, com os amigos de outras cidades, éramos nada menos de oitenta pessoas. As perguntas e respostas entre nós mostravam as nossas preocupações. Como observar a família e a reencarnação? De que modo os espíritos amigos consideram o casamento? Por que tantas lutas entre parentes? Estarão os espíritos luminares submetidos aos controles anticoncepcionais inventados pelos homens? Porque sonham os noivos com tanta felicidade para o lar e por que tantas dificuldades enfrentam eles em muitos casos, depois que se instalam no casamento?"

"A verdade é pão do espírito. Sobre a mesa de Chico Xavier, cercada de amigos que vieram de longe para o banquete, [vários foram ] os trovadores do além que lançaram suas rodelas de pão. Cada um deles, [pela psicografia de Chico Xavier], foram poetas na Terra e continuam a cantar depois da morte, porque a criatura de Deus não morre – apenas troca de roupa. Fizeram um rodeio de trovas e cada trova é uma síntese pessoal da visão coletiva da verdade. Cada trova responde a determinadas perguntas dos homens".
Os temas [sobre a familia e fraternidade] se desenvolvem através das trovas. [Eis a conclusão das trovas segundo o Irmão Saulo]. "O lar surge  no mundo para humanizá-lo, graças ao sonho do namoro em que as almas procuram-se no anseio de amar. A convivência vai revelar que elas  não são o que sonhavam, mas o purgatório do lar é uma benção para  libertar do inferno do passado. A família terrena permite o reajuste  através da reencarnação, dissolvendo as mágoas e liquidando as contas. O casamento não se faz no cartório, mas no lar, e nele é que o inimigo transformado em parente acaba por nos amansar.
Os espíritos superiores não estão sujeitos ao controle humano da natalidade – nascem quando querem, pois conhecem e dominam as leis naturais melhor do que os homens. Um lar desgovernado, desprovido de  orientação, vira sepultura do amor. Entretanto, é o lar a fonte e a base  de todas as civilizações, acertando as contas do passado dentro de casa  e melhorando as criaturas. Resulta daí a colheita do amor, graças à ação  de duas forças simples, naturais, que se conjugam para construir a  grandeza da Terra: os laços familiais orientados pela ternura materna,  pela presença da mãe".
Pouco a pouco, através das trovas, a verdade se corporifica. E os trovadores nos dão assim a lição da fraternidade e da colaboração. Fizeram um mutirão para responder às perguntas dos homens. Cada qual deu o seu pedaço e o pão da verdade apareceu sobre a mesa do médium, para saciar a fome dos espíritos. É esse o processo da revelação. Desde que o mundo é mundo, a verdade flui para os homens através da mediunidade.
Artigo publicado originalmente na coluna dominical "Chico Xavier pede licença"  do jornal Diário de S. Paulo, na década de 1970.

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