O CÉREBRO PARANORMAL[de Chico Xavier] - J. Herculano Pires (Irmão Saulo


O CÉREBRO PARANORMAL[de Chico Xavier] - J. Herculano Pires (Irmão Saulo)

A revista Realidade, de São Paulo, em longa reportagem, considerou anormal o cérebro de Chico Xavier. Na crônica e nas notas abaixo temos as respostas de Irmão Saulo, dadas na ocasião, através do Diário de S. Paulo. 
Considerar anormal o cérebro de Chico Xavier é simplesmente ignorar quarenta anos de pesquisas e descobertas nas ciências psicológicas. Desde 1930 as investigações parapsicológicas vêm revelando condições desconhecidas do cérebro humano, particularmente no campo das funções até então considerados como anormais. O velho conceito de anormalidade foi profundamente modificado, assim como o conceito das relações entre o cérebro e a mente. Pesquisas intensivas foram realizadas nas grandes universidades da América, da Europa e da Ásia, resultando na aceitação científica da classificação de paranormal para condições cerebrais, situações mentais e funções antes consideradas como anormais, patológicas ou sobrenaturais.
A utilização do eletroencefalograma para a verificação das mudanças ocorridas no cérebro durante o transe hipnótico ou mediúnico deu resultados surpreendentes. Serviu para mostrar que a percepção extrassensorial, a captação de pensamentos, a manifestação de espíritos através de médiuns exigem condições cerebrais e corticais que parecem anormais por não se enquadrarem no processo habitual da nossa vida de vigília. Mas a falta de correspondência entre essas modificações cerebrais e o comportamento do sujeito (a falta de sintomatologia patológica) mostrou a diferença entre anormal e paranormal. Charles Richet, bem antes, já havia observado que seria conveniente substituir as expressões normal e anormal por habitual e inabitual.
Mesmo nos casos evidentemente patológicos verificou-se que o afastamento da causa paranormal (o afastamento do obsessor) era suficiente para restabelecer a normalidade cerebral. Claro, pois, que um eletroencefalograma de médium em transe terá de acusar perturbações diversas, segundo o tipo de manifestação mediúnica em processo. Essa é mesmo uma das provas objetivas da legitimidade da comunicação.
Francisco Cândido Xavier não tem um cérebro anormal, não é um doente mental. Pelo contrário, é um homem normal, que não sofre acessos epiléticos, como ele mesmo disse, que vive uma vida regular e produtiva, auxiliando milhares de criaturas a se reajustarem no mundo. (Veja-se, por exemplo, a mensagem “Conflitos domésticos”.) O que ele tem – graças a Deus – é um cérebro paranormal, o cérebro do futuro, porque é o cérebro dos gênios e dos santos.

ENERGIA E MATERIALIZAÇÃO

A materialização de espíritos seria impossível, segundo os cálculos feitos pelo prof. Carlos Chohfi, do Departamento de Física da Universidade Mackenzie. Para materializar uma pessoa de 70 quilos seria necessária a energia produzida em 293 anos pela hidrelétrica de Jupiá. Apesar disso, materializa-se...
É o caso de Galileu: Eppur si muove. Os cálculos do prof. Chohfi foram feitos por causa de materializações ocorridas com Chico Xavier. Acontece, porém, que a materialização de espíritos, apesar da força da expressão, não é a formação de um organismo humano. É simplesmente a utilização do ectoplasma para dar ao corpo espiritual a aparência humana. Um problema não de física habitual, mas daquilo que o prof. Friedrich Zollner chamou física transcendental, e que hoje poderíamos chamar de parafísica.
Segundo a metapsíquica, esse problema é de ordem fisiológica. As materializações eram chamadas por Allan Kardec de aparições tangíveis. Como se vê, o ilustre físico opinou como físico, sem conhecer a natureza extrafísica do problema.

RECADO PARA HAMILTON

O repórter Hamilton Ribeiro pediu aos espíritos uma receita para pessoa e endereço inexistentes. Chico Xavier psicografou: “Junto dos amigos espirituais que lhe prestam auxílio, buscaremos cooperar espiritualmente em seu favor. Jesus nos abençoe.” Hamilton encerra a sua reportagem perguntando: “O que pensar disso?” Mas está evidente: o recado era para ele mesmo. A regra é essa. Chico já a explicou muitas vezes. Se o nome do consulente é falso, os espíritos respondem para o “solicitante”.

Artigo publicado originalmente na coluna dominical "Chico Xavier pede licença" do jornal Diário de S. Paulo, na década de 1970. 


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