O VALOR DO AUXÍLIO DADO PELOS MÉDIUNS• J. Herculano Pires (Irmão Saulo)
[A IMPORTÂNCIA DO ATO MEDIÚNICO A SERVIÇO DO BEM]
O valor do auxílio não está na intenção do pedinte, mas na
intenção do doador. Quem trabalha no bem deve dar sem olhar a quem. Ante a vida
maior, como ensina Albino Teixeira [postagem A MAIOR DIFERENÇA], o que vale é o
que fazemos em favor do bem. Se os que nos procuram trazem o coração
envenenado, a mente cheia de suspeitas injustas e o ardil nos lábios é evidente que são os mais necessitados. Pois
pode haver maior necessidade do que aquela que ignora a si mesma?
Se os espíritos superiores não advertem o médium quanto às
más intenções do consulente, é porque este deve ser socorrido e o médium
precisa aprender a auxiliar até mesmo quando enganado.
O resultado das boas ações é computado pela evolução. O
galhofeiro de hoje evoluirá amanhã e acabará por envergonhar-se de si próprio.
Precisamos considerar que a Terra é ainda um reduto da
ignorância. O consulente ardiloso ignora a extensão da sua maldade. Tanto assim
que busca a verdade através da mentira. Não compreende a importância do ato
mediúnico e por isso não pode avaliar o que faz. Age inconscientemente no uso
da própria consciência. Pode haver maior alienação do que essa? O médium, pelo
contrário, está na plena posse da sua consciência voltada para o bem. Pode
haver maior integridade moral no comportamento humano?
Que importa se o consulente alardear que enganou o médium?
Acaso o médium não é uma criatura humana e, portanto, falível? Quer o médium
gozar da infalibilidade, quer ter algum privilégio na sua condição humana?
Mediunidade a serviço do bem é aprendizado como qualquer outro. Se o médium se
sentisse infalível, estaria à beira da falência. É melhor falir entre os homens
ou perante os homens, por amor, do que falir ante a espiritualidade superior
por vaidade e orgulho.
A obra mediúnica sincera e nobre não é afetada por alguns
episódios de prova. Os benefícios semeados através do trabalho digno não são
depreciados pela maledicência e a ignorância. Os que receberam o bem de que
necessitavam saberão multiplicá-lo ao seu redor. Porque grande é o clamor dos
que sofrem e mesquinho o esgar dos zombeteiros.
Prosseguir no bom combate, à maneira de Paulo, é o dever de
todos os médiuns a serviço do bem.
Artigo publicado originalmente na coluna dominical
"Chico Xavier pede licença" do
jornal Diário de S. Paulo, na década de 1970.
Comentários