A VISITA DA VERDADE – COMO O HOMEM SE SENTE NO UMBRAL

A VISITA DA VERDADE – COMO O HOMEM SE SENTE NO UMBRAL

[Em uma ocasião Jesus disse que somente a verdade fará livre o homem. Acostumemo-nos, pois, à sublime luz da verdade, reconhecendo em nós mesmos as causas de nossas desditas e buscando, corajosamente, meios de alcançar, de modo definitivo, nossa libertação] Leiam com atenção esta descrição e PENSEM NISSO!

Numa caverna escura, onde a claridade nunca surgira, vivia um homem muito simples que implorava o socorro divino. Declarava-se o mais infeliz dos homens, não obstante, em sua cegueira moral, sentia-se o melhor de todos. Reclamava do ambiente fétido em que se encontrava. O ar pestilento o sufocava. Pedia a Deus uma porta libertadora que o conduzisse ao convívio do dia claro. Afirmava-se robusto, apto, capaz.
Por que motivo era conservado ali, naquele insulamento doloroso, em atmosfera tão insuportável? Suas súplicas, entre a revolta e a amargura, foram percebidas por Deus que, profundamente compadecido, enviou-lhe a fé. A sublime virtude exortou-o a confiar no futuro e a persistir na oração. O infeliz consolou-se, mas, logo em seguida, voltou a lamuriar-se.
Queria fugir, desistir, abandonar a vida, e como suas lágrimas aumentavam, Deus mandou-lhe a esperança. A emissária divina afogou-lhe a fronte e falou-lhe da eternidade da vida, buscando sacar-lhe o pranto desesperado. Rogou-lhe calma, resignação e fortaleza.
O pobre homem pareceu melhorar, mas, decorrido algum tempo, voltou à lamentação.
Comovido, o senhor da vida determinou que a caridade o procurasse. A nova mensageira acariciou-o e alimentou-o. Endereçou-lhe palavras de carinho e amparou-o, como se fosse abnegada mãe. Todavia, o infeliz persistia gritando, revoltado. Foi então que Deus enviou-lhe a verdade. Quando a portadora do esclarecimento se fez sentir na forma de uma grande luz, o infortunado, pela primeira vez na vida, viu-se tal qual era e apavorou-se. Seu corpo estava coberto de chagas, da cabeça aos pés. Agora, somente agora, ele percebia espantado, que ele mesmo era o responsável pela atmosfera intolerável em que vivia. Tremeu cambaleante e horrorizou-se de si mesmo. Sem coragem de encarar a sublime visitante que lhe abria a porta da libertação, fugiu apavorado, em busca de outra furna onde conseguisse esconder a própria miséria que só então reconhecia.

Assim ocorre com a maioria dos homens perante a realidade. Sentem-se com direito a receber todas as bênçãos do pai eterno e gritam fortemente, implorando a ajuda celestial. Enquanto amparados pela fé, pela esperança ou pela caridade, consolam-se e desesperam-se, creem e descreem tímidos, irritadiços e hesitantes. Quando a verdade, porém, brilha diante deles, revelando-lhes a real condição em que se encontram, costumam fugir apressados, em busca de esconderijos, nos quais possam cultivar a ilusão.
Pense nisso!

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no capítulo 25 do livro Jesus no lar, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Néio Lúcio.

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