SALÁRIOS [A AMBIÇÃO DESMEDIDA] - Emmanuel


SALÁRIOS [A AMBIÇÃO DESMEDIDA] - Emmanuel

Em certa passagem do Evangelho, narra-se uma pregação de João Batista. A multidão interage com o profeta e lhe pede orientações. Em dado momento, alguns soldados perguntam o que devem fazer. João lhes responde que devem contentar-se com o seu soldo e não tratar mal ou defraudar a ninguém. Essa frase tão concisa mostra grande sabedoria.

Muita gente se perde em tortuosos labirintos por não entender os problemas da remuneração na vida comum. A busca de ganhos cada vez maiores pode fazer com que a pessoa esqueça os deveres que justificam seu salário atual. Por se sentir injustiçada, arde em inveja de quem ganha mais. Há operários que reclamam a remuneração devida a altos executivos. A ganância costuma lançar um véu sobre a realidade e o ganancioso tudo vê sob uma ótica particular. Ele sempre encontra uma forma de comparar sua situação com a dos outros, em seu favor. Entretanto, não examina seriamente as graves responsabilidades que repousam sobre os ombros dos homens altamente colocados. Muitas vezes, estes se convertem em vítimas da inquietação e da insônia. Suas decisões e ações afetam a vida de incontáveis seres humanos e eles sentem o peso que isso representa. Frequentemente, têm de gastar as horas destinadas ao descanso e à vida familiar em representações sociais.
De outro lado, há homens que vendem a paz do lar em troca de maiores ganhos. Abdicam da convivência com os filhos enquanto se entregam a atividades desnecessárias. Muitas vezes, justificam seu proceder com o propósito de dar conforto à família.
Contudo, olvidam que o afeto e a educação são os tesouros mais preciosos que podem proporcionar aos seus rebentos. Ao eleger os bens materiais como o objetivo superior da existência, dão exemplos perniciosos.
Inúmeras pessoas seguem, da mocidade à velhice, descontentes com seus salários. Apresentam-se ansiosas e descrentes, enfermas e aflitas, por não entenderem as circunstâncias do caminho humano, no que tange ao dinheiro. Não é por demasia de remuneração que a criatura se integrará nos quadros Divinos. Segundo a sabedoria popular, para a grande nau surgirá a grande tormenta.
Valorizar cada servidor o seu próprio salário é prova de elevada compreensão, ante a justiça do Todo Poderoso. Para alcançar a paz, o relevante é estar muito atento aos próprios deveres. Trabalhar com honestidade e desenvolver o próprio potencial. Buscar melhoria, progresso e bem-estar, mas sem a angústia da ganância material e sem cobiçar o que é do próximo. Antes de analisar o pagamento da Terra, é preciso se habituar a valorizar as concessões do Céu.
Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 5 do livro Pão nosso, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb. Em 23.05.2011.

Comentários