Os Vinte e quatro anciãos do Apocalipse – VISÃO ESPÍRITA por Walter de Carvalho.

Os Vinte e quatro anciãos do Apocalipse – VISÃO ESPÍRITA por Walter de Carvalho.

A cena do capitulo 4 do Apocalipse recorda a de Isaías em 24:23: "Reinará o Senhor e diante dos anciãos será glorificado". O fato de que estes anciãos estejam vestidos com vestimentas brancas, que podem simbolizar justiça (ver Apocalipse. 3:4), e que têm sobre suas cabeças "coroas" (emblema de vitória conforme cap. 2: 10), induziu a alguns teólogos  a sugerir que representam homens santos, escolhidos, isentados, salvos. A descrição de João do trono celestial nos cap. 4 e 5 me leva a crer que o evento descrito localizou-se num tempo anterior ao que sucedeu aos acontecimentos simbolizados pelos sete selos. Daí minha simples conclusão de que os 24 anciãos se são seres humanos, necessariamente SERIAM homens que já estavam no céu nos dias de JOÃO como deduziremos a seguir. 

Discordamos dos adventistas e outros evangélicos que  com frequência os identificam com os santos que se levantaram de suas tumbas quando Cristo ressuscitou, com fundamento em Mateus. 27: 52-53 e. Efésios. 4: 8. Trata-se de ignorância e confusão quanto à ressurreição do corpo físico comparada com a do corpo espiritual de Paulo de Tarso. Discordamos igualmente que a ressurreição principal ainda se fará no futuro, sendo fruto da má interpretação do texto 1 Tessalonicenses 4: 16. É interpretação de quem não conhece a Lei de Reencarnação.

 É apenas mais uma interpretação teológica aquela que compara os 24 anciãos com as 24 ordens do sacerdócio levítico. Nesta interpretação, alguns teólogos dizem que se  os sacerdotes ministravam adiante de Deus no santuário terreno, assim também João teria visto os mesmos  24 anciãos que ministravam no santuário celestial. Não corroboro com esta interpretação

Outros teólogos sugerem que os 24 anciãos simbolizam a Israel em seu sentido mais amplo: dois anciãos por cada tribo: um que simboliza ao Israel literal; o povo de Deus antes da cruz; e, o outro, ao Israel espiritual, a igreja cristã, o povo de Deus depois da cruz. Desta maneira podem comparar-se com os 12 patriarcas e os 12 apóstolos. Esta tese é ainda mais distante da realidade, pois, representa apenas um breve simbolismo, muito embora, pensem como eu que são seres humanos. 

Alguns intérpretes bíblicos veem  nos 24 anciãos a anjos e não a seres humanos. Somos literalmente contrários a esta tese bíblica. Estes que pensam que os anciãos são anjos põem a ênfase em que se descreve aos anciãos como ministrando as orações dos santos (cap. 5: 8), uma obra -dizem eles- que dificilmente seria encomendada a seres humanos, o que de forma alguma é verdadeiro. O ser humano pode sim ministrar oração dos santos. BASTA RECEBER O DOM ESPIRITUAL para tal.

Levando em consideração o texto do versículo 10 quando os anciãos dizem: "Senhor e Deus nosso", destaco que este tipo de expressão é típico de seres humanos. No texto grego que pesquisamos o título “kúrios” "Senhor", que usam os anciãos é o equivalente grego do Hebraico Yahvéh [Javé], o nome divino com o qual Deus se revelou a seu povo (Êxodo. 6:2-3). 

Daí minha conclusão: Só os homens, ao longo de toda a Bíblia se referem a Deus desta forma. Por dedução lógica [e inspiração apropriada a analise], os anciãos são homens [santos], que dirigem o Universo em 24 tronos ao redor do Trono D’ Aquele que foi, é, e será, o que é, e não quem é. Deus! 

Artigo escrito em 23/12/2005 – Base para palestra proferida na antiga Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro - FEERJ - Niterói

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