UM AMOR ESPECIAL

UM AMOR ESPECIAL

Dedicado a todos os que, com extremo amor, cuidam dos seus que sofrem com o mal de  Alzheimer, minhas Bençãos especiais em nome de Jesus! 

*Se desejas ensinar a teu filho o que é o amor, demonstra-o. Não lhe negues a carícia, a atenção, a palavra. O que faças ou digas é hoje a semeadura farta de bênçãos que o mundo colherá, no transcurso dos anos dos teus rebentos. E o mundo te agradecerá, por teres sido alguém que entregou ao mundo um ser que saiba amar, de forma incondicional e irrestrita.* LEIAM E REFLITAM SOBRE ESTA LINDA HISTÓRIA!

Quando Jéssica veio ao mundo, trazia a cabeça amassada e os traços deformados, devido ao parto difícil vivido por sua mãe. Todos a olhavam e faziam careta, dizendo que ela se parecia com um jogador de futebol americano espancado.
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Todos tinham a mesma reação, menos a sua avó. Quando a viu, a tomou nos braços, e seus olhos brilharam. Olhou para aquele bebê, sua primeira netinha e, emocionada, falou: "linda."
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No transcorrer do desenvolvimento daquela sua primeira netinha, ela estaria sempre presente. E um amor mútuo, profundo, passou a ser compartilhado. Quando a avó recebeu o diagnóstico, anos depois, de mal de Alzheimer, toda a família se tornou especialista no assunto. Parecia que, aos poucos, ela ia se despedindo. Ou eles a estavam perdendo. Começou a falar em fragmentos. Depois, o número de palavras foi ficando sempre menor, até não dizer mais nada.
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Uma semana antes de morrer, seu corpo perdeu todas as funções vitais e ela foi removida, a conselho médico, para uma clínica de doentes terminais. Jéssica  insistiu para ir vê-la e seus pais a levaram. Ela entrou no quarto onde a avó Nana estava e a viu sentada em uma enorme poltrona, ao lado da cama. O corpo estava encurvado, os olhos fechados e a boca aberta, mole. A morfina a mantinha adormecida. Lentamente, Jéssica se sentou à sua frente. Tomou a sua mão esquerda e a segurou. Afastou daquele rosto amado uma mecha de cabelos brancos e ficou ali, sentada, sem se mover, incapaz de dizer coisa alguma. Desejava falar, mas a tristeza que a dominava era tamanha, que não a conseguia controlar. Então, aconteceu...
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A mão da avó foi se fechando em torno  da mão da neta, apertando mais e mais. O que parecia ser um pequeno gemido se transformou em um som, e de sua boca saiu uma palavra: "Jéssica." A garota tremeu. O seu nome. A avó tinha 4 filhos, 2 genros, uma nora e seis
netos. Como ela sabia que era ela?
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Naquele momento, a impressão que Jéssica teve foi que um filme era exibido em sua cabeça. Viu e reviu sua avó nos 14 recitais de dança em que ela se apresentou. Viu-a sapateando na cozinha, com ela. Brincando com os netos, enquanto os demais adultos faziam a ceia na sala grande. Viu-a, sentada ao seu lado, no natal, admirando a árvore decorada com enfeites luminosos. Então Jéssica olhou para ela, ali, e vendo em que se transformara aquela mulher, chorou. Deu-se conta que ela não assistiria, no corpo,  ao seu último recital de dança, nem voltaria a torcer com ela pelo seu time de futebol. Nunca mais poderia se sentar a seu lado, para admirar a árvore de natal. Não a veria toda arrumada para o baile de sua formatura, ao final daquele ano. Não estaria presente no seu casamento, nem quando seu primeiro filho nascesse.
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As lágrimas corriam abundantes pelas suas faces. Acima de tudo, chorava porque finalmente compreendia como a avó havia se sentido no dia em que ela nascera. A avó olhara através da sua aparência, enxergara lá dentro e vira uma vida. Então, lentamente, Jéssica soltou a mão da avó e enxugou as lágrimas que molhavam o seu rosto. Ficou de pé, inclinou-se para frente e a beijou. Num sussurro, disse para a avó: "você está linda."

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Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. Linda, de autoria de Jéssica Gardner, do livro Histórias para aquecer o coração dos adolescentes, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen e Kimberly Kirberger, ed. Sextante.

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