CONSCIÊNCIA DO DEVER

CONSCIÊNCIA DO DEVER
 
O JURAMENTO DOS MÉDICOS! VALE A PENA LER E ENTENDER! MAS, TEM QUEM NÃO CUMPRA COM SEU DEVER, INFELIZMENTE!
 
O fato de médicos e hospitais de vários municípios do Rio Grande do Sul  terem se recusado a fazer o abortamento em uma adolescente de 14 anos,  apesar da autorização judicial que trazia consigo, foi manchete nas mídias. Segundo as notícias, a jovem disse que sua gravidez foi fruto de estupro e obteve do Juiz  a permissão para realizar o aborto, isentando médicos e  hospitais que se dispusessem a eliminar a vida que pulsava em seu ventre. Embora o Juiz tenha autorizado o aborto, não lhe caberia o direito de  obrigar ninguém a realizar o feito, pois nem sempre a legalidade de um ato o  torna moral. O que vale ressaltar na atitude desses médicos é a consciência do dever. O  dever assumido, perante si mesmos, de defender a vida.
"O dever é a obrigação moral da criatura para consigo mesma, primeiro, e, em  seguida, para com os outros."
Ao concluírem o curso os médicos fazem um juramento, o mesmo juramento feito  por Hipócrates, um sábio grego que viveu no século v antes de cristo, e é considerado o pai da medicina.
O juramento diz o seguinte:
"Eu, solenemente, juro consagrar minha vida a serviço da humanidade. Darei  como reconhecimento a meus mestres, meu respeito e minha gratidão.  Praticarei a minha profissão com consciência e dignidade. A saúde dos meus pacientes será a minha primeira preocupação. Respeitarei os  segredos a mim confiados. Manterei, a todo custo, no máximo possível, a honra e a tradição da  profissão médica. Meus colegas serão meus irmãos. Não permitirei que concepções religiosas, nacionais, raciais, partidárias ou  sociais intervenham entre meu dever e meus pacientes. Manterei o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção. Mesmo sob ameaça, não usarei meu conhecimento médico em princípios  contrários às leis da natureza. Faço estas promessas, solene e livremente, pela minha própria honra."
 
Ao fazer tal juramento, o médico passa a ter um dever moral consigo mesmo.  E, se o violar, estará ferindo a própria consciência. Ao se comprometer com esse ideal, o médico também estabelece o dever para  com os outros, que é o segundo passo do dever ético-moral. Lamentável é que muitos desses homens e mulheres que juraram, solene e  livremente, que manteriam o mais alto respeito pela vida humana, desde sua  concepção, usem seus conhecimentos médicos para eliminar a vida que pulsa no  santuário do ventre materno. Por outro lado, é admirável a coragem e a honra desses homens e mulheres que  não se permitem sujar as mãos com sangue inocente, mesmo sob qualquer  pressão. Isso porque sabem que, se agirem em desacordo com o juramento feito por  livre vontade, não terão como se olhar no espelho da consciência e enxergar  um cidadão honrado.
***
O dever é a lei da vida. Com ele deparamos nas mais ínfimas  particularidades, como nos atos mais elevados. Na ordem dos sentimentos, o dever é muito difícil de cumprir-se, por se achar em antagonismo com as atrações do interesse e do coração. Não têm  testemunhas as suas vitórias e não estão sujeitas à repressão suas derrotas. O dever principia, para cada um de vós, exatamente no ponto em que ameaçais  a felicidade ou a tranqüilidade do vosso próximo; acaba no limite que não  desejais ninguém transponha com relação a vós. O dever é o mais belo laurel da razão; descende desta como de sua mãe o  filho.
O homem tem de amar o dever, não porque preserve de males a vida, males aos  quais a humanidade não pode subtrair-se, mas porque confere à alma o vigor  necessário ao seu desenvolvimento. O dever cresce e irradia sob mais elevada forma, em cada um dos estágios  superiores da humanidade. Jamais cessa a obrigação moral da criatura para com Deus. Tem esta de  refletir as virtudes do eterno, que não aceita esboços imperfeitos, porque  quer que a beleza da sua obra resplandeça a seus próprios olhos."
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. XVII, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, item 7.

Comentários