PIEGUICE ESPÍRITA - CONTINUAÇÃO – PARTE II

PIEGUICE ESPÍRITA - CONTINUAÇÃO – PARTE II

ATITUDE ENÉRGICA POR PARTE DA ASSOCIAÇÃO DE DIVULGADORES DO ESPIRITISMO DO RIO DE JANEIRO- PARTE II - Sergio F. Aleixo  e J. Herculano Pires

O que torna legitima a representatividade de qualquer órgão que se qualifique espírita é sua fidelidade incondicional à obra  de kardec, em cujo programa constam, mais que claros, explícitos, os preceitos do verdadeiro espiritismo. 
Os dissidentes, portanto, não são os que discordam dessas ou daquelas instituições, bem como e, principalmente, das idéias de que elas se fazem campeãs. Os dissidentes são os que não respeitam a doutrina e, não satisfeitos em vampirizá-la, acusam de inferioridade e desequilíbrio os que, denunciando esse estado de coisas, seguem o exemplo de João Batista e de seu divino primo Jesus de Nazaré. 
De norma, aqueles tais se defendem cultivando uma indiferença que fantasiam de virtude introspectiva. Querem aparentar uma superioridade e uma sabedoria que as menores coisas são capazes de desmascarar aos que com eles tiverem oportunidade de privar algum tempo. É um anticristianismo supor que podemos atingir a perfeição nos preocupando somente com o que ocorre em nós, entrincheirados numa caridade mercenária que, acreditamos ingenuamente, abrir-nos-á as portas do reino do céu, mas que apenas oculta o nosso egoísmo comodista e a nossa carência oportunista.
O fato é que toda casa não edificada sobre a rocha desabará, e toda planta que o Pai não plantou será arrancada.[2] Acima do institucionalismo humano das casas está a instituição divina da causa. Muito acima de quaisquer instituições está a instituição por excelência: a doutrina em sua integridade, consignada em letras de fogo na codificação espírita.
Em nosso socorro, podemos evocar a palavra segura do profeta Jeremias, cap. VI, vv. 13 a 16 e v. 18: “Desde o menor deles até o maior, cada um se dá à ganância, e tanto os profetas [muitos médiuns], como os sacerdotes [ciosos ocupantes de certos “cargos”] usam de falsidade. Curam superficialmente a ferida do meu povo [o movimento espírita], dizendo: Paz, paz; quando não há paz. Serão envergonhados porque cometem abominação sem sentir por isso vergonha; nem sabem que coisa é envergonhar-se... Assim diz o Senhor [O Espírito de Verdade]: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho [a obra de Kardec]; andai por ele e achareis descanso para vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos... Portanto, ouvi, ó nações [de quantos nos lerem], e informa-te, ó congregação [de verdadeiros irmãos espíritas], do que se fará entre eles [esses falsos adeptos do espiritismo]”.
Como disse Herculano Pires, a propósito do confuso monismo da “Teoria Corpuscular do Espírito”, de Hernani Guimarães Andrade:
Se fosse apresentada como doutrina à parte, sem nenhuma ligação com o espiritismo, pouco nos interessaria. Mas, tratando-se de uma nova tentativa de reforma doutrinária, somos obrigados a encará-la com a devida firmeza.[3]
Pois bem! Demos aplicação geral a tais palavras de Herculano! Poderiam pensar o que quer que fosse se espiritualistas se dissessem. Como insistem, no entanto, em apresentar-se como retificadores e reelaboradores da obra de Kardec, identificando-se indebitamente como espíritas, temos de assumir uma atitude enérgica.

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