PIEGUICE ESPÍRITA - CONTINUAÇÃO – PARTE III – EVITEMOS SEMPRE!

PIEGUICE ESPÍRITA - CONTINUAÇÃO – PARTE III – EVITEMOS SEMPRE!

ATITUDE ENÉRGICA POR PARTE DA ASSOCIAÇÃO DE DIVULGADORES DO ESPIRITISMO DO RIO DE JANEIRO- PARTE III - Sergio F. Aleixo  e J. Herculano Pires

A bem de nós mesmos e das futuras gerações de espíritas, necessitamos de um espiritismo que se apresente como de fato é, ressaltando, cristalino, sem ambiguidades, das obras do mestre de Lyon, isento das manipulações de articulistas, médiuns e oradores prepostos. Temos de ressuscitar o slogan do lendário Clube de Jornalistas Espíritas de São Paulo, fundado por Herculano Pires aos 23 de janeiro de 1948, assim definido por J. Rizzini: “A doutrina espírita acima de tudo! Acima dos homens e das instituições, porque em nosso planeta nada é mais importante do que o espiritismo!”. Dizia o filósofo de Avaré:
Precisamos de estudar Kardec intensamente, de assimilar os ensinos das obras básicas, de mergulhar nas páginas de ouro da Revista Espírita, não apenas lendo-as, mas meditando-as, aprofundando-as, redescobrindo nelas todo o tesouro de experiências, exemplos, ensinos e moralidade que Kardec nos deixou. Mas antes de mais nada precisamos de humildade para entrar no Templo da Verdade sem a fátua arrogância de pigmeus que se julgam gigantes. Precisamos de respeito pelo trabalho de um homem que viveu na Terra atento à cultura humana, assenhoreando-se dela para depois se entregar à pesada missão de nos livrar da ignorância vaidosa e das trevas das falsas doutrinas de homens ignorantes e orgulhosos.[4]
Os que temem pecar por falar e pecam por se calar devem compreender que estão afastados da obra de Kardec e do evangelho de Jesus, sempre amigos do debate sincero, da análise e do estudo sérios, muito distantes dos dogmas ancestrais formulados pelo obscurantismo, aos quais servem com seu silêncio comprometedor. Por outra, se é verdade que o espiritismo quer ser estudado e refletido, não o é menos que dispensa a presunção daqueles que o querem retificar e reestruturar a pretexto de dinamizá-lo, afrontando sua lógica intrínseca. Ora! Não há nada mais vitorioso em face das atuais formulações do conhecimento e da cultura do que o trabalho de Allan Kardec.
Dinamizar o espiritismo é tarefa de quem, em princípio, o conhece muito a fundo; de quem o ama e tem competência intelecto-moral; de quem, por isso, sabe submeter as conquistas das diversas áreas do saber elaborado ao prévio esquema — aliás, insuperável — da eterna doutrina. Esse esquema, pela sua delicada natureza de refletida totalidade, permite uma criteriosa e abrangente articulação cultural expressando possibilidades jamais identificadas em qualquer sistema de pensamento organizado. 
Logo se vê, tão-só por isso, que a tarefa de dinamização espírita não pode caber a vaidosos pseudo-sábios, os quais, ao contrário do que seria correto, submetem a doutrina aos acanhados esquemas do cepticismo materialista ou do superado misticismo espiritualista. O resultado, lembrando o mestre do espiritismo por excelência, será sempre vinho novo em odre velho. Mais que da ciência ou da religião, precisamos da codificação espírita, perfeita síntese de ambas no vasto e inquebrantável conjunto da estrutura filosófica do espiritismo.

[1] KARDEC. Revista Espírita. Janeiro de 1864. Um caso de possessão. Senhorita Julie. O evangelho segundo o espiritismo, I:7; A gênese, I:42 e O livro dos médiuns, 48.
[2] Mateus, VII, 24 a 27 e XV, 13.
[3] A pedra e o joio. Reforma doutrinária total.
[4] Na hora do testemunho. Antes do cantar do galo. Vaidade das vaidades. Grifo meu.

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