PRESSÃO DOMÉSTICA
“Se você recebeu de
seus pais uma educação que fez de você uma mulher ou um homem
honesto, não negue isso a seus filhos. Pense que somente um amor
exigente e lúcido será capaz de conduzir uma alma pelo caminho do
bem. Seu filho é essa alma sedenta de luz, não o deixe caminhar
para as trevas da desonra e da insensatez. Avalie os valores que lhe
tem passado e, se necessário, corrija os passos e acerte a direção,
sem demora nem hesitação.” PENSE NISSO, MAS PENSE AGORA!
Hoje em dia, talvez
motivados pelo desejo de ver seus filhos bem sucedidos, muitos pais
começam desde cedo a fazer grande pressão sobre eles. Alguns dizem
e repetem com freqüência: meu filho tem que ser o primeiro... Meu
filho tem que ser o melhor... Ele tem que ser um vencedor. A criança
cresce ouvindo isto o tempo todo e entende que esse é o desejo de
seus pais. E, porque gosta dos pais, não quer que estes se
decepcionem.
Quiçá seja por essa razão que no dia da prova,
quando se sente insegura, busca colar de alguém para obter uma boa
nota e não infelicitar os pais, que esperam que ela seja a maior...
A criança precisa ser aceita, e entende que para que os pais gostem
dela, deverá ser como eles desejam que seja. Nesse caso, ela fará
qualquer coisa para ser "gostada".
Começa colando na
escola, depois paga para que terceiros façam os trabalhos propostos
pelos professores... E acabam roubando teses para conseguir a
graduação que almejam.
Logo surgem os expedientes mais
desonestos para subir de posto, no campo profissional. Não hesitam
em caluniar colegas para conquistar o cargo que desejam. Afinal, se
os pais sempre esperaram que ele fosse o primeiro, é preciso ser o
primeiro, mesmo que isso custe a sua dignidade, aliás, ele nem sabe
o que quer dizer isto, pois seus pais não lhe falaram a respeito
dessa virtude. Cobraram-lhe resultados e ele foi à luta. Deveria ser
o melhor, e ele tem se esforçado para isso... A que preço? Bem,
isso é o de menos... O importante é que seja o primeiro. Pais que
agem dessa maneira, talvez pensem que o fazem por amor, mas estão
cometendo um crime sem se dar conta disso. Dizemos um crime porque
incentivam o filho a se tornar um cidadão desonesto, irresponsável,
tudo porque desejam que seja visto nos primeiros lugares no palco do
mundo, ainda que isso o faça ser o último nos palcos celestes. Um
crime porque o espírito que lhes foi confiado pelo Criador para que
o ajudassem a ser um gigante, foi convertido em um pigmeu moral.
Faz-se urgente pensar nesse problema que a tantos tem infelicitado.
Pais que pressionaram os filhos para que fossem sempre o primeiro,
muitas vezes só se dão conta disso quando vêem seus nomes nas
manchetes dos jornais, figurando como contraventores.
Há pouco
tempo os noticiários falaram a respeito do primeiro ministro de um
importante país europeu, que lançou mão de expedientes duvidosos
para incriminar outro país e fomentar a guerra. Aí é que se
percebe a que ponto pode chegar um homem para conseguir o que deseja.
É para esse fato que muitos pais não atentam: que suas crianças um
dia se tornarão adultos e poderão decidir os destinos de uma nação.
Por essas e outras razões, vale a pena investir no homem de amanhã,
tomando-o pela mão quando ainda criança, e dar-lhe noções de
dignidade e honradez, sem essa tolice de querer que sejam os
primeiros em tudo. Ensinar-lhe que não importa ser o melhor, mas que
sejam bons o bastante para formar outros cidadãos de bem, exercer
com honra e justiça suas profissões, construir um mundo melhor.
Pense nisso!
Equipe de Redação do Momento Espírita, com
base em seminário proferido por Raul Teixeira, no VI Simpósio
Paranaense de Espiritismo, no dia 27/05/03.
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