O AMOR ESPIRITUAL – PARTE I

O AMOR ESPIRITUAL – PARTE I 

Numa palavra, em síntese: o Amor Espiritual é o que sempre dá e se doa, sem jamais pretender receber e sem magoar-se nem diminuir seu amor, se deixar de receber em qualquer campo.
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Outro passo adiante devemos dar. Quando o amor é realmente do Espírito, proveniente das Centelhas Divinas, muito mais fácil se torna o Encontro Supremo na união das duas Centelhas, através dos veículos manifestantes. Esse é o verdadeiro e real Esponsalício Místico, e a união é realizada em prece, que circunda o Espírito de celestial aura, e durante a qual os corpos são esquecidos e quase não sentidos, percebendo-se apenas a fusão mística do eu pequeno com o Eu Profundo. A personalidade experimenta a sensação de haver mergulhado num vácuo de luz, produzindo-se um relâmpago que supera quaisquer emoções e sensações etéricas; o Espírito expande-se fora do tempo e do espaço, perdendo totalmente a noção da matéria, e entra em êxtase, consumido pelo Fogo do Amor Divino, como que perdido na vastidão do infinito.
Daí ter escrito Paul Brunton: "A união permanente com outrem só existe quando se descobriu o Eu Permanente" ("La Sagesse du Moi Supreme", página 143) .
A fim de comprovar que essa teoria não é nossa, apresentamos uma transcrição, embora algo longa, do jesuíta Padre Pierre Teilhard de Chardin - O Padre Teilhard de Chardin, Jesuíta, foi um dos maiores cientistas de nosso século, no domínio da geologia e da antropologia, tendo descoberto o "homo pekinensis" em suas pesquisas. Portanto, profundo teólogo "doublé" de abalizado homem de ciência, justamente no ramo específico do estudo da evolução humana na terra - extraída de sua obra "L'énergie humaine". Vejamos suas palavras textuais:
"Que a sexualidade teve primeiramente a função dominante de assegurar a conservação da espécie, não há dúvida ... Mas desde o instante crítico da Hominização, outra função, mais essencial, foi atribuída ao amor - função de que apenas começamos a ver a importância: quero dizer a síntese necessária dos dois princípios masculino e feminino na edificação da personalidade (segundo nosso modo de classificação, deve ler-se: na edificação da  INDIVIDUALIDADE) humana.  Nenhum  moralista  nem psicólogo jamais duvidou que os dois encontrassem uma complementação mútua no jogo da função reprodutora.  Mas  esse  término  era  considerado  até  agora  como  efeito  secundário, acessoriamente ligado  ao  fenômeno  principal  da  geração.  Agora,  se  me  não  engano,  a  importância  dos  fatores,  de acordo com as Leis do universo pessoal, tem que inverter-se: O homem e a mulher para o filho - ainda, e por muito tempo, enquanto a vida terrestre não tiver chegado à maturidade. Mas o homem e a mulher um para o outro, cada vez mais e para sempre ... Se o homem e a mulher existem são principalmente uma para o outro, então compreendemos que, quanto mais se humanizarem, tanto mais sentem, só por isso, uma necessidade major de aproximar-se ... No indivíduo humano a Evolução não se fecha: continua mais longe, para uma concentração mais perfeita, ligada à diferenciação ulterior, ela mesma conseguida pela união. Pois bem, diríamos, a mulher é, precisamente, para o homem, o termo susceptível  de  produzir  esse  movimento  para  o  alto.  Pela  mulher,  e  só  pela  mulher,  pode  o  homem escapar ao isolamento, em que sua perfeição arriscaria prendê-lo. Então é mais rigorosamente exato dizer que a malha do Universo é, para nossa experiência, a Mônada pensante.

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