O CONSTRUTOR DE GENTE
LEIAM A RESPOSTA DESTE
ECONOMISTA E REFLITAM COM PROFUNDIDADE!
O economista
participava de um debate, em que se discutia o desemprego e, após
um engenheiro falar sobre a contribuição da construção civil na
demanda por mão-de-obra, o mediador, entre irônico e sério, fez a
seguinte afirmação-pergunta: "os professores não constroem
pontes; logo, o que eles podem fazer para ajudar a diminuir o
desemprego?"
Sem tempo para pensar, o hábil polemista
respondeu, também entre irônico e sério: "realmente um
professor não constrói pontes, não levanta edifícios, não
pilota aviões, não cura doentes... Essas atividades tão visíveis
e responsáveis por tantos empregos.
O professor se contenta com
algo mais simples: ele prefere construir o engenheiro que levanta as
paredes, instruir o comandante que faz o avião voar, formar o
médico que cura, e ensinar os jornalistas a fazerem perguntas
embaraçosas. O professor não constrói coisas... Ele 'constrói' as
pessoas que fazem as coisas, ou pelo menos ajuda as pessoas a
construírem a si próprias." PENSEM NISSO!
Dizia Immanuel Kant
que o homem é a única criatura que precisa ser educada e a
educação é a arte de formar os homens; isto é, desenvolver neles
simultaneamente as faculdades físicas, intelectuais e morais. Os
animais são resultado de uma fatalidade biológica; mas o homem,
conquanto tenha sua porção animal, por sua biologia, é um ser
dotado de propósito consciente. Nesse sentido, o animal-homem é uma
entidade ética, capaz de construir, mudar e aperfeiçoar seu
pensamento, sua conduta e suas atitudes.
Ortega y Gasset dizia que
a vida nos é dada, mas não nos é dada pronta. O homem carrega,
para além da sua fatalidade biológica, a responsabilidade de
desenvolver o seu projeto de vida de acordo com sua livre escolha
entre as várias opções que lhe são oferecidas para buscar a sua
felicidade.
Aí está o papel do professor, que não constrói
pontes, mas que ajuda o homem a desenvolver a si mesmo, a moldar sua
ação e erigir seu edifício intelecto-moral. O professor é um
transmissor do seu saber, que deve deixar ao aprendiz o papel de
escolher e construir a sua própria obra. É na modéstia do seu
propósito que o professor tem a nobreza da sua missão.
E vale a
pena lembrar a poesia do biólogo chileno Humberto Maturana, feita
para um professor do seu filho, que inibia o desabrochar da
criatividade da criança querendo impor-lhe um modelo rígido. A
poesia, denominada prece do estudante, pode ser vertida para o
português da seguinte forma:
PRECE DO ESTUDANTE
“Não
me imponha o que você sabe;
quero explorar o desconhecido,
e
ser a origem das minhas próprias descobertas.
Que o seu saber
seja minha liberdade, não minha escravidão.
O mundo de sua
verdade pode ser minha limitação;
sua sabedoria, minha
negação.
Não me instrua; vamos caminhar juntos.
Deixe que
minha riqueza comece onde a sua termina.
Mostre-se a mim, de
maneira que eu possa
subir em cima dos seus ombros, e ver mais
longe.
Revele-se para que eu possa ser
alguma coisa
diferente.
Você crê que todo ser humano
pode amar e
criar;
Compreendo, por isso, seu medo,
quando lhe peço que
deixe-me viver de acordo com minha sabedoria.
Você nunca saberá
quem eu sou,
se escutar apenas a si mesmo.
Não me instrua;
deixe-me ser;
seu fracasso é que eu seja idêntico a
você.”
***
"A educação é uma arte particular, que
exige vocações muito particulares; exige qualidades morais que não
são dadas a todos os homens, tais como sabedoria, firmeza,
paciência, vontade e força para dominar as próprias paixões;
Exige profundo conhecimento do coração e da psicologia do ser
humano, além do conhecimento dos meios mais apropriados para
desenvolver no aluno as faculdades físicas, intelectuais e morais
necessárias ao seu crescimento. A educação é uma arte que precisa
ser estudada, do que resulta que o professor é, ele próprio, um
eterno aprendiz".
Equipe de Redação do Momento
Espírita, adaptação de artigo do economista José Pio Martins,
publicado no jornal Gazeta do Povo, no dia 28/03/2005.
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