O PERISPÍRITO

O PERISPÍRITO: O instrumento do espírito por Léon Denis
“Servir-me-ei dos mais simples termos e imagens para fazê-los compreender os fenômenos do espaço. Quando vocês desencarnarem, constatarão que radiações de desigual intensidade escapam do perispírito e podem alcançar consideráveis velocidades."
“Cada espírito, de acordo com seu grau de evolução, possui um aparelho vibratório de maior ou menor perfeição, isto é, um instrumento adaptado a seu ser. Do ser material emanam irradiações fluídicas pouco sutis, não celestes, e cujas vibrações são quase nulas; no ser evoluído, ao contrário, a irradiação fluídica pode ser comparada a uma corda de um dos instrumentos terrestres, muito fina, muito sensível e cujas vibrações são excessivamente agudas. O ser não-evoluído possui essa mesma corda, porém é como se ela estivesse mergulhada em argila."
“Eis portanto o ser desencarnado em movimento no espaço. Quando suas tendências o levam em direção à matéria, suas emanações fluídicas não transmitirão ao perispírito senão sensações materiais. Porém, quanto mais a evolução se acentua, mais as sensações materiais se atenuam e se apagam, o feixe de emanações fluídicas adquire mais sutilidade, poder, delicadeza, suavidade."
“Sob a influência da prece, com os conselhos e a assistência de seus guias, esse espírito evoluirá numa atmosfera totalmente fluídica. Suas próprias radiações se encontrarão com as correntes fluídicas do espaço e daí resultarão sensações maravilhosas de sonoridades, percebidas por todo o ser."
“O ser evoluído vive em esferas fluídicas onde reinam correntes de variada intensidade e de composições diversas. As ondas musicais anulam-se ao contato imediato do planeta terrestre, cujos fluidos são muito materiais. É preciso subir mais alto para perceber os acordes da lira celeste. Há até mesmo seres que, do ponto de vista moral, são perfeitos, mas que não experimentam as vibrações." “Uma educação estética é necessária; falaremos sobre isso mais adiante.” Massenet

COMENTÁRIOS
O corpo humano é um instrumento complexo e maravilhoso, que se adapta ao meio terrestre e a nossas múltiplas necessidades. No entanto ele é apenas o revestimento material, relativamente grosseiro, desse corpo sutil, o perispírito, de que nos fala Massenet, e que todos nós possuímos tanto durante a vida como após a morte. A existência desse perispírito é demonstrada pelos fenômenos de exteriorização dos vivos e pelas aparições fotografadas dos mortos, freqüentemente relatadas na Revue Spirite (Revista Espírita).
Esse corpo sutil, admirável por sua flexibilidade e sensibilidade, é o envoltório imperecível da alma, e como ela, suscetível de purificação e progresso. Ele vibra aos menores impulsos do espírito e transmite ao corpo físico as vibrações forçosamente reduzidas. É por isso que na vida do espaço, tanto durante o sono quanto após a morte, o perispírito experimenta mais vivamente as influências dos meios onde penetra.
Ele possui recursos mais extensos, meios de percepção desconhecidos pelos homens, mas dos quais alguns conservam a intuição ao despertarem após o desprendimento e as viagens espirituais da noite.
Nesse conjunto que constitui o homem, a alma, ou a inteligência, é a nota dominante. A correlação entre os dois envoltórios, físico e perispiritual, diz respeito a uma lei única, a das vibrações.
O papel e o funcionamento do perispírito continua sendo um dos mais interessantes temas de estudo do espiritismo; ele contém em germe todos os segredos da fisiologia e da psicologia, que serão esclarecidos à medida que nossas relações com os desencarnados se ampliem e se multipliquem. Através dele obteremos novos dados sobre as condições da vida no além e em geral sobre o modo de ação do espírito desprendido do corpo material. (do capítulo 6 do livro O espiritismo na arte)

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