QUERER E FAZER • J. Herculano Pires (Irmão Saulo)

QUERER E FAZER • J. Herculano Pires (Irmão Saulo)

Se quisermos fazer alguma coisa, isso pode ser determinado por fatores interiores ou exteriores. Mas se decidirmos fazê-la, dando livre curso ao impulso, isso mostra que temos a liberdade de fazer ou não fazer.
As discussões sobre determinismo e liberdade são também uma prova de que dispomos de livre-arbítrio. Quem examina, estuda, pesquisa e discute é livre. Isso é tão evidente que só as pessoas sistemáticas ou amantes de sofismas podem pôr em dúvida.
A posição filosófica do espiritismo no assunto é de clareza meridiana. Estamos condicionados pela encarnação a um meio físico, a um corpo animal, a uma cultura. Mas somos livres, como espíritos, para utilizar esse condicionamento da maneira que entendermos. E tanto maior é a liberdade do homem, quanto mais ele se define como espírito.
O que incentiva as opiniões negativas, que procuram apresentar o homem como um robô, sempre dominado pelas circunstâncias, é a cegueira materialista. Quanto mais apegado à matéria e à concepção materialista do mundo, mais sujeito é o homem a duvidar da sua liberdade, que é a própria essência da sua natureza espiritual. Entretanto, no próprio jogo das coisas materiais o homem sabe que é livre de fazer ou não fazer isto ou aquilo.
Artigo publicado originalmente na coluna dominical "Chico Xavier pede licença"  do jornal Diário de S. Paulo, na década de 1970.

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