MÉDICO DE ALMAS
“Você
sabia que no início os seguidores do Cristo eram chamados
"viajores", "peregrinos", "caminheiros",
e a comunidade deles se chamava "caminho"? Por essa razão
eram chamados "homens do caminho". E você sabia que foi
Lucas quem sugeriu que os discípulos do Cristo fossem chamados de
Cristãos? Lucas, apesar da dor causada pela morte da mulher amada,
não se entregou ao desânimo nem à depressão, mas foi à luta. E
foi com as mãos no trabalho que um dia ele encontrou o grande
tesouro da sua vida: a certeza da imortalidade da alma. Essa verdade
que Jesus não só ensinou, mas voltou do túmulo para provar.”
LEIAM E PENSEM NISSO!
O menino Lucas
nutria um grande amor por Rúbria sua companheira de brincadeiras.
Como cresceram juntos, Lucas acompanhou desde a meninice o precário
estado de saúde da amiga.
Rúbria possuía a doença branca, e
pouco se sabia na época sobre essa doença. A enfermidade por vezes
cedia, permitindo bem-estar a Rúbria por algum tempo, mas depois
voltava, cruel. Nas crises ela tinha terrível falta de ar e
hemorragias pelo corpo. Muitas vezes Lucas a viu à beira da
morte.
No entanto, houve um tempo em que a doença cedeu por
vários anos. Durante aquele período o amor que Lucas sentia por
Rúbria amadureceu. Na época ele tinha aproximadamente 16 e ela 14
anos, e todos os planos da vida de Lucas incluíam Rúbria. Lucas
interessou-se pela medicina desde muito jovem e assim que estivesse
pronto iria para a escola de medicina de Alexandria. Mas,
infelizmente, a jovem voltou a adoecer e depois de alguns meses de
sofrimento físico ela morreu.
Naquele momento, toda alegria e
serenidade, toda paz que Lucas sempre cultivara, se converteram em
uma revolta sem tamanho, tristeza e dor indefiníveis. Lucas sempre
acreditou na existência de Deus, mas com a morte de Rúbria passou a
sentir ódio de Deus. Aquilo só podia ser uma maldição. Por que
Deus levou justamente a sua amada, e com ela todos os seus planos de
felicidades? Como pôde Deus privar o mundo da presença de Rúbria?
Agora ela estava morta, perdida por toda a eternidade. Lucas
tornou-se inimigo de Deus e prometeu vingar-se, tamanha sua revolta,
seu desespero, sua tristeza. Decidiu medir forças com Deus. Toda vez
que Deus tentasse levar alguém pela doença, ele iria curar esse
alguém para que Deus não fosse vitorioso.
Mas Lucas tinha um
coração amoroso, só estava ferido. E apesar de sua briga com Deus
devotou toda sua vida no auxílio aos desafortunados. Mesmo tendo
recebido muitas ofertas para trabalhar em Roma, a capital do império,
ele preferia trabalhar como médico nos navios, pois sabia
que deveria estar onde precisassem dele.
Mesmo magoado com Deus
Lucas vivia as leis divinas. E por sua conduta e amor ao próximo
acabou encontrando Paulo de Tarso, e através dele o consolo de que
tanto necessitava. A boa nova do Cristo acalentou o coração de
Lucas, pois lhe mostrou a imortalidade da alma, a bondade e a justiça
divina, a individualidade da alma, a possibilidade do reencontro com
a mulher amada.
Quando o Evangelho do Cristo abriu as portas do
infinito ao jovem médico e lhe mostrou um Deus justo e bom, seu
coração encontrou a paz que havia perdido com a morte da sua amada.
E Lucas passou a ser também médico de almas, aliviando corações
dilacerados pela dor da separação, com o bálsamo do Evangelho de
Jesus. Por sugestão de Paulo, o grande Apóstolo dos gentios, Lucas
resolveu ser um divulgador da boa nova. Foi ele que escreveu o
Terceiro Evangelho e os Atos dos Apóstolos.
Equipe de Redação
do Momento Espírita, com base nos livros Médico de homens e de
almas, de Taylor Caldwell, ed. Record e Paulo e Estevão, segunda
parte, cap. Iv, ed FEB.
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