O ALUNO AGRESSIVO E O
PROFESSOR PACIENTE
“Professores ou pais,
todos queremos educar jovens dóceis e receptivos. Queremos ver
brotar diante de nossos olhos as sementes que semeamos. No entanto,
são os jovens que nos desapontam, que testam nossa qualidade de
educadores. São filhos complicados que testam a grandeza do amor dos
pais. São os alunos insuportáveis que testam a capacidade de
humanismo dos mestres. Pais brilhantes e professores fascinantes não
desistem dos jovens, mesmo que eles causem frustração e não lhes
dêem o retorno imediatamente esperado.
Paciência é o segredo. A
educação do afeto é a meta. Os alunos que mais decepcionam hoje
poderão ser aqueles que mais alegrias nos trarão no futuro. Basta
investir tempo e dedicação a eles. LEIAM E REFLITAM A SOLUÇÃO
PODE ESTAR CONOSCO!!!”
Havia um aluno
muito agressivo e inquieto naquela escola. Ele perturbava a classe e
arrumava freqüentes confusões com os colegas. Era insolente e
desacatava a todos. Repetia os mesmos erros com freqüência. Parecia
incorrigível. Os professores não mais o suportavam. Cogitaram até
mesmo de expulsá-lo do colégio.
Antes disso, porém, entrou em
cena um professor que resolveu investir naquele aluno. Todos achavam
que era perda de tempo, afinal, o jovem era um caso perdido. Mesmo
não tendo apoio de seus colegas, o professor começou a conversar
com aquele jovem nos intervalos das aulas. No início era apenas um
monólogo, só o professor falava. Aos poucos, ele começou a
envolver o aluno com suas próprias histórias de vida e com suas
brincadeiras.
De modo gradativo, professor e aluno construíram
uma ponte entre seus mundos. O professor descobriu que o pai do
rapaz era alcoólatra e espancava o garoto e sua mãe. Compreendeu
que o jovem, aparentemente insensível, já tinha chorado muito e,
agora, suas lágrimas pareciam ter secado. Entendeu que sua
agressividade era uma reação desesperada de quem pedia ajuda. Só
que ninguém, até então, havia decifrado sua linguagem. Era mais
fácil julgá-lo do que entendê-lo. O sofrimento da mãe e a
violência do pai produziram zonas de conflito na memória do
rapaz.
Sua agressividade era um eco da violência que recebia. Ele
não era réu, era vítima. Seu mundo emocional não tinha cores. Não
lhe haviam dado o direito de brincar, de sorrir e de ver a vida com
confiança. Agora estava perdendo também o direito de estudar, de
ter a única chance de progredir. Estava para ser expulso do
colégio.
Ao tomar consciência da real situação, o professor
começou a conquistá-lo. O jovem sentiu-se querido, apoiado e
valorizado, pela primeira vez na vida. O professor passou a
educar-lhe as emoções. Ele percebeu, logo nos primeiros dias, que
por trás de cada aluno arredio, de cada jovem agressivo, há uma
criança que precisa de afeto.
Em poucas semanas todos estavam
espantados com a mudança ocorrida. O rapaz revoltado começou a
demonstrar respeito pelos outros. Abandonou sua agressividade e
passou a ser afetivo. Cresceu e tornou-se um aluno extraordinário.
Tudo isso porque alguém não desistiu dele.
Equipe de Redação
do Momento Espírita, com base no capítulo 5 do livro Pais
Brilhantes - Professores Fascinantes, de Augusto Cury, ed. Sextante,
10ª edição.
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