O DIÁLOGO MEDIÚNICO • J. Herculano Pires (Irmão Saulo)

EM CONTINUAÇÃO A "INDAGAÇÕES SOFRIDAS" COM O TEXTO "NO INTERCÂMBIO ESPIRITUAL" de Emmanuel sobre a angustia da falta de comunicação com os nossos entes queridos que partiram, levados pela morte , antes de nós. LEIAM COM ATENÇÃO E REFLITAM!

O DIÁLOGO MEDIÚNICO • J. Herculano Pires (Irmão Saulo)

Muitas criaturas se angustiam com a falta de comunicação com os entes queridos levados pela morte. Algumas, depois de tentativas infrutíferas, revoltam-se com a indiferença dos espíritos ou a suposta falta de atenção do médium.
Não obstante, é enorme o número de comunicações recebidas por pessoas que não acreditavam nessa possibilidade e nem mesmo a esperavam. Bastaria esse fato para indicar às pessoas ansiosas que as comunicações mediúnicas estão sujeitas a leis e condições geralmente desconhecidas.
Não se pode chamar um espírito para uma conversa como se chama um amigo ao telefone. A chamada evocação espírita, que muita gente supõe carregada de rituais sombrios e mistérios, não passa de um ato mental, ou seja, do pensamento voltado para o espírito com quem se deseja conversar. Quem vai a uma sessão pensando em determinado espírito já o evocou. Se ele não se comunica é porque não pode. E a impossibilidade tanto pode decorrer da situação do espírito após a morte, como das condições psíquicas da pessoa que o evoca, ou ainda de outras razões que só o estudo e a prática da doutrina podem esclarecer.
O médium, por si mesmo, gostaria de atender a todos os que o consultam, pois percebe e sente a angústia dos consulentes. Emmanuel explica, na mensagem acima, vários fatores que podem impedir a comunicação dos espíritas solicitados. É necessário compreender que o espírito desencarnado transferiu-se de um plano para outro da realidade, mudou de condições, transferiu-se para um mundo diferente e dispõe de um corpo qualitativamente muito diverso do que possuía na Terra. Por isso mesmo percebe muitas coisas que aqui não percebia, compreende o que aqui não compreendia, passa a encarar os fatos da vida terrena de maneira diversa da que usava na Terra.
Os espíritos que se comunicam com muita facilidade e naturalidade estão em condições favoráveis. Mesmo assim, quase sempre são ajudados por espíritos superiores, que os amparam na hora da comunicação. Não se pode encarar o ato mediúnico como de natureza mágica ou sobrenatural.
Os espíritos, como ensina Kardec, são elementos da natureza. Mas não devemos esquecer que se encontram numa dimensão diferente da nossa. Naturalmente, sem rituais nem processos misteriosos, podem aproximar-se de um médium e solicitar o seu concurso para uma comunicação. Mas precisam estar em condições de fazer isso. E precisam também que os que desejam ouvi-los estejam nas condições necessárias.
Artigo publicado originalmente na coluna dominical "Chico Xavier pede licença" do jornal Diário de S. Paulo, na década de 1970.

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