CADINHO DE PRATA - UMA NOVA FAMÍLIA

CADINHO DE PRATA •  J. Herculano Pires (Irmão Saulo)
BOM DIA AMIGOS! LEIAM E REFLITAM COM MUITA ATENÇÃO SOBRE A NOVA ESTRUTURA FAMILIAR! SEJAMOS ETERNAMENTE GRATOS ÀQUELES QUE CONOSCO VIVEM NO MESMO LAR E SEJAMOS MENOS EGOÍSTAS! MENOS INTOLERANTES E PRATIQUEMOS MAIS O AMOR! ASSIM NOS TORNAREMOS MAIS HUMANIZADOS - [Walter de Carvalho] 

A desagregação da família, de que tanto se fala em nossos dias, não é mais do que fenômeno social de mudança. Através dos tempos, a família passou por mudanças diversas. Os que pretendem a sua destruição – sempre por motivos egoístas –, são sonhadores desorientados, utopistas do absurdo. Porque o homem é um ser gregário que não pode prescindir de companhia e necessita de lar para o seu próprio desenvolvimento. Biológica, sociológica, moral e espiritualmente o ser humano depende da família.
A estrutura familiar sofrerá, naturalmente, muitas mudanças ao longo do processo evolutivo, adaptando-se às novas condições de progresso terreno. Mas mudança não quer dizer destruição e sim reajustamento. A mulher traz consigo o anseio da maternidade. O homem, por mais que se extravie nas suas tendências aventureiras e nas teorias egocêntricas, guarda sempre consigo o desejo secreto da paternidade. E todos temos, no mundo espiritual, criaturas amadas que precisam retornar ao nosso convívio na Terra.
Por tudo isso, o lar pode ser comparado a sanatório, campo de lutas, cárcere, escola, purgatório, como o fizeram os trovadores do além. Mas a imagem talvez mais apropriada seja a de núcleo de fusão, cadinho renovador que Toninho Bittencourt nos oferece em sua trova. Eis a trova:
"Lar é núcleo de fusão,
Cadinho renovador,
Que apura no coração
As qualidades do amor".
Cadinho, esse pequeno vaso de metal ou argila, que nos vem da mais alta antiguidade, destina-se à fusão de metais. Entre gregos e romanos usava-se o cadinho de prata que melhor se compara ao lar. Um cadinho precioso em que fundimos os metais do nosso egoísmo para formar a liga do altruísmo.
No lar passamos pela experiência da interdependência humana. Aprendemos a amar aos outros e não apenas a nós mesmos. Pagamos dívidas de gratidão e abrimos créditos no mesmo sentido. A vida humana passa depressa, mas o espírito, que não morre, sai renovado e purificado do cadinho do lar. Por pior que seja o nosso lar, estamos nele para melhorar, o que vale dizer para nos humanizarmos. 
Artigo publicado originalmente na coluna dominical "Chico Xavier pede licença"  do jornal Diário de S. Paulo, na década de 1970.

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