A GARGALHADA DO RIO

A GARGALHADA DO RIO...
Passávamos os três sobre uma ponte.  Nós, nossa esposa e o Chico.
Lá embaixo, um rio encachoeirado sorria e GARGALHAVA.
Paramos para melhor sentir-lhe a Mensagem.
Nossa companheira recorda-nos uma cena do livro " A CIDADE E AS SERRAS", de Eça de Queiroz, em que Jacinto, o principal personagem, cansado da vida barulhenta das cidades, muda-se para a roça, a fim de gozar o silêncio das serras e medicar-se com o ar puro dos ambientes campestres.
Lá, na sua propriedade, providencia uma série de medidas higiênicas favoráveis a seus empregados.
Coloca banheiras nas casas dos roceiros, esta a primeira providência, por achar que a falta de banho concorria para multiplicar as enfermidades.
Seu companheiro de jornada ri-se desta preocupação. E, ambos, ao passarem sobre a ponte, debaixo da qual corre um rio marulhante, reparam que ali passam muitos assalariados com as vestes sujas e a pele encardida por falta de banhos...
____ Veja, Jacinto, exclama o companheiro, vivem sujos por que querem.
Não parece que o rio está dando gargalhadas?!...
E Chico concluindo a cena que a companheira memorara: 
____ Tem razão. O rio está, até hoje, dando gargalhadas, rindo-se ao ver-se com tanta água e apelando para nós, afim de que NÃO VENHAMOS A MERGULHAR NA SUJEIRA DE NOSSO PRÓPRIO PASSADO.
Walter de Carvalho - Extraído de: Gama, Ramiro, in, Lindos Casos de Chico Xavier, Núcleo Espírita Caminheiros do Bem - Editora LAKE, 1978. pag, 79/80.

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