FALANDO DE PONTES...
Uma reflexão sobre a solidez da amizade [virtual ou não] em 16.02.
2013
[Walter de Carvalho]
Queridos amigos, hoje
não poderia deixar de falar das pontes. Há pessoas nesta nossa
vida que são especialistas em destruir pontes. Não são afeitas à
área de engenharia, nem tampouco estou me referindo às pontes em
ferro e concreto. Falo das pontes afetivas que a duras penas
construímos ao longo de nossa jornada nestes caminhos da vida.
Construir uma ponte é trabalho grande, difícil, mas prazeroso.
Começamos a construção quando conhecemos alguém que nos toca o
coração.
Passamos a dedicar a
tal pessoa uma boa dose de nosso afeto, de nossos cuidados, de nosso
tempo e até um cantinho onde colocamos seu nome no altar de nossas
preocupações. Em nossas preces o nome dessa pessoa está presente,
junto ao de nossos filhos e demais entes queridos. Dia-a-dia vamos
adicionando mais um detalhe que ligará nosso coração ao coração
daquela pessoinha que está na outra ponta.
A cada nascer do sol
procuramos solidificar a amizade, para que seja duradoura e nos
acompanhe além da morte, pois quando temos amigos que realmente nos
amam, não morremos, vivemos em suas lembranças e nas saudades que
sentem de nós.
Assim como há pessoas
que procuram exercitar para que mais e mais pontes sejam erguidas, há
outras que, assim que ultrapassam as dificuldades que faziam com que
nos buscassem, ou não querem atravessar a ponte ou dinamitam a ponte
que construímos com tanto cuidado. E dão desculpas e mais
desculpas! São àqueles do " hoje não, mas amanhã...."!
Vão-se embora sem nem
ao menos olhar para trás. Ficamos vendo os restos de amizade,
companheirismo e
carinhos despencando precipício abaixo e nem sempre sabemos por que
fomos descartadas.
Se bem que temos a
impressão de que se foi por não sermos mais necessárias, por não
oferecermos mais nada que elas necessitem para seguir seus rumos em
direção a um lugar qualquer, determinado como objetivo de vida e
pelo qual lutam até à morte. Determinaram que nunca mais em suas
vidas precisassem de nós... Não somos mais necessários.. Somos
descartáveis.
É assim que somos
classificados agora. Ficamos do lado de cá do que restou da ponte.
Sentimos falta do complemento perdido como se ele fosse visceral.
Sabemos construir pontes, mantê-las firmes sob qualquer intempérie
que a mãe natureza resolva enviar, mas somos impotentes para lidar
com a natureza humana e sua gama interminável de falhas.
Ficamos contemplando
aquela pessoa que se vai, pisando firme, olhos duros, postos no
horizonte. O que será que poderá encontrar lá que justifique o
abandono de que fomos vítimas? Será que o que lá existe não
poderá ser exibido para o amigo verdadeiro que foi vilmente afastado
de sua vida? Espera-se tanto e nada acontece! As pessoas pensam que
os outros podem esperar a vida inteira para que decidam o que querem
de nós!
Vilania, sim é a
prática da vilania sendo exercitada em toda a sua (in)glória.
Quando pobre, sofrido, calejado pelo infortúnio que diuturnamente
batia à sua porta, encontrou em nós abrigo em nossos corações,
cortesia, amizade e carinho... Mas agora... Agora nada temos a
oferecer.
Nossos cuidados
supriram suas necessidades e nossa força os colocou de pé... De pé
para nos voltar as costas e dinamitar a ponte. Que nos resta fazer?
Nada mais resta... De nada mais ele precisa, o fraco foi fortalecido,
basta-se a si mesmo. Só nos cabe permanecer olhando, com o coração
confrangido, até que ele desapareça numa das curvas do caminho.
Ficaremos um pouco de
tempo sozinhos... Só um pouco, pois afinal de contas somos gente de
primeira grandeza e logo o Senhor providenciará para que mais uma
pessoa, urgentemente necessitada de nossos préstimos, nos encontre
em parte de sua jornada e teremos que construir mais uma ponte para
continuar o caminho. Isso ocorre com pais, companheiros (as),
filhos, irmãos, e amigos, e mais comumente com amigos. Amigos? Não
só! CONSTRUTORES DE PONTES.... (Contextualizado de Giani)
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