A GÉNESE EXPLICADA A LUZ DOS PRINCÍPIOS ESPÍRITAS

VISÃO ESPÍRITA DA BÍBLIA - 20 por J. Herculano Pires
20 - A GÉNESE EXPLICADA A LUZ DOS PRINCÍPIOS ESPÍRITAS

*[Contextualizado por Walter de Carvalho, QUE SEMPRE DIGO QUE: "A MELHOR RELIGIÃO É A QUE FAZ O HOMEM MELHOR. PODE SER QUALQUER UMA OU NENHUMA. O FAZER O BEM É A ESSENCIA DA VIDA, O AMOR AOS SEMELHANTES"! DEUS É AMOR!]*
O Espiritismo rejeita a concepção bíblica da gênese ou procura explicá-la? Como temos dito, repetindo afirmações de Kardec e Denis, o Espiritismo é a grande síntese do conhecimento. Originada pelo desenvolvimento histórico do Cristianismo, essa síntese obedece à orientação do Cristo: não vem destruir ou negar, mas confirmar e explicar. No caso da criação do mundo e do homem, segundo a Bíblia, ele confirma a realidade na alegoria e dá a explicação desta. Impossível tomar-se hoje a Bíblia ao pé da letra. É necessário penetrar o sentido dos seus símbolos, dos seus mitos, das suas alegorias.
No capítulo quatro de A Gênese, Kardec estuda o problema à luz das conquistas científicas do seu tempo. Mostra que o poema bíblico da Criação é uma explicação figurada, à semelhança da gênese de todas as religiões antigas, e conclui: "De todas as antigas gêneses, a que mais se aproxima dos dados científicos modernos, apesar dos seus erros, hoje evidentemente demonstrados, é incontestavelmente a de Moisés". Alguns dos seus erros, acrescenta, são mais aparentes do que reais, decorrendo de falsas interpretações de palavras nas traduções, de modificações semânticas ao longo dos milênios e de se tomar ao pé da letra as suas expressões e formas alegóricas. O Livro dos Espíritos, no capítulo primeiro de sua terceira parte, traz um estudo intitulado "Considerações e concordâncias bíblicas referentes à Criação", que esclarece bem este assunto. No capítulo décimo segundo de A Gênese, reproduzindo o texto bíblico, Kardec o estuda em relação aos dados científicos, oferecendo um quadro comparativo da alegoria dos seis dias da criação com os espíritos da formação geológica determinados pela Ciência. Acentua, porém, que a concordância não é rigorosa e não pode ser tomada como tal, mas basta para provar a intuição da realidade na alegoria bíblica.
Kardec conclui o capítulo afirmando: "Não rejeitemos, pois, a gênese bíblica, mas estudemo-la, como estudamos a história da origem dos povos". Hoje, os próprios teólogos católicos e protestantes estão endossando as explicações espíritas. Há uma revolução teológica em marcha, que vem apenas confirmar a legitimidade da interpretação espírita das Escrituras. Só os crentes fanáticos da Bíblia, os literalistas amarrados ao texto, ainda investem contra o Espiritismo de Bíblia em punho.

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