EPISTOLAS TESTEMUNHAM MEDIUNIDADE APOSTÓLICA

VISÃO ESPÍRITA DA BÍBLIA - 16 por J. Herculano Pires
16 - EPISTOLAS TESTEMUNHAM MEDIUNIDADE APOSTÓLICA

*[Contextualizado por Walter de Carvalho, QUE SEMPRE DIGO QUE: "A MELHOR RELIGIÃO É A QUE FAZ O HOMEM MELHOR. PODE SER QUALQUER UMA OU NENHUMA. O FAZER O BEM É A ESSENCIA DA VIDA, O AMOR AOS SEMELHANTES"! DEUS É AMOR!]*
A expressão Dons Espirituais, como a expressão Espírito Santo, não aparece nos textos bíblicos originais. O rev. Nielsson declara, com sua autoridade de teólogo e traduzir da Bíblia: "Os termos da Vulgata Latina, spiritum bonum, correspondem exatamente aos dos originais gregos. A Vulgata não fala absolutamente em Espírito e Espírito Santo". Isso, no tocante ao Novo Testamento, pois no Velho só se fala em Espírito e Espírito de Deus.
Quanto aos Dons Espirituais, a situação é a mesma. Essa expressão aparece apenas nos textos paulinos, com a palavra grega charismata, que significa literalmente mediunidade, ou seja, a graça de ser intermediário entre os Espíritos e os Homens.
Os estudos do Rev. Haraldur Nielsson, enfeixados no livrinho O Espiritismo e a Igreja, recentemente lançado, esclarecem bem este assunto. Nielsson nos mostra, com sua imensa autoridade, que a palavra transe vem da Bíblia, derivando diretamente de êxtase. Eis uma das suas afirmações: "O próprio Paulo nos diz que estava frequentemente em transe. O apóstolo Pedro conta-nos a mesma coisa". E a propósito de João e sua advertência para examinarmos "se os Espíritos são de Deus", lembra que Paulo também adverte que: "... ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz anátema contra Jesus..." (l Cor. XII:3).
A mediunidade era usada entre os judeus e entre os cristãos primitivos, e Nielsson acentua textualmente: "Segundo a concepção dos tempos apostólicos, os Espíritos podiam ser bons ou maus, muito evoluídos ou inferiores e atrasados". Isto explica as advertências apostólicas, pois nas assembleias cristas manifestavam-se também os maus Espíritos, amaldiçoando o Cristo para defenderem o Judaísmo ortodoxo ou mesmo para defenderem as religiões politeístas, que também usavam a mediunidade.
Vemos assim como são inúteis os ataques ao Espiritismo em nome da Bíblia, que é um livro mediúnico. E como os espiritistas e o Espiritismo nada têm a temer da Bíblia. E preciso apenas mostrar a verdade sobre a Bíblia, separar o que há nela de humano e divino, não aceitá-la de olhos fechados, dogmaticamente, como "a palavra de Deus", o que é simples absurdo proveniente de épocas de fanatismo. A Bíblia é muito valiosa para os espiritistas estudiosos, porque é o maior e mais vigoroso testemunho da verdade espírita na Antiguidade.

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