EVA E A COSTELA ADÃO: UM MITO DE ORIGEM SOCIAL

VISÃO ESPÍRITA DA BÍBLIA - 22 por J. Herculano Pires
22 - EVA E A COSTELA ADÃO: UM MITO DE ORIGEM SOCIAL
*[Contextualizado por Walter de Carvalho, QUE SEMPRE DIGO QUE: "A MELHOR RELIGIÃO É A QUE FAZ O HOMEM MELHOR. PODE SER QUALQUER UMA OU NENHUMA. O FAZER O BEM É A ESSÊNCIA DA VIDA, O AMOR AOS SEMELHANTES"! DEUS É AMOR!]*
Acreditam alguns comentaristas e exegetas que a alegoria bíblica da criação da mulher tinha uma finalidade social: incutir no homem o respeito pela companheira tirada da sua própria carne. A verdade, ao que parece, é outra. Esse objetivo seria melhor atingido se Deus criasse o casal ao mesmo tempo [COMO DEFINIDO NO CAPÍTULO I VERSÍCULO 27... "E CRIOU DEUS O HOMEM À SUA IMAGEM; À IMAGEM DE DEUS O CRIOU; MACHO E FÊMEA OS CRIOU"] A Bíblia deu preferência ao homem e colocou a mulher em segundo plano [COMO EXPLIQUEI EM POSTAGEM ANTERIOR EM MINHA:NOTA IMPORTANTE!]. O motivo deve ser a necessidade de atender aos preconceitos da época[QUE PERSISTEM ATÉ HOJE, E MILÊNIOS JÁ SE PASSARAM]. Mas é incrível que até hoje, no mundo inteiro, multidões de pessoas acreditem que Adão dormiu sozinho e acordou acompanhado de Eva, porque Deus lhe tirou uma costela e dela fez a primeira mulher.
A passagem figura no Cap. II do Gênesis, versículos 18 a 25. Note-se que Deus já havia criado todas as coisas, o mundo já estava feito e povoado de animais, com Adão solitário no Éden, quando a mulher foi criada. Tudo concorre para a sua situação de dependência e subserviência das sociedades patriarcais. O próprio Moisés não compreenderia a mulher criada ao mesmo tempo que o homem. Por isso, o espírito-guia do povo hebreu, que na verdade era o deus-familiar de Abrão, Isaac e Jacó, lançou mão dessa alegoria ingênua e poética, proveniente de lendas folclóricas.
Quem estuda, na História das Religiões e na Antropologia cultural, o problema das cosmogonias antigas, não tem dúvida quanto à natureza lendária e alegórica dessa passagem bíblica. Basta recordar os processos mitológicos de criação, em que os próprios deuses eram tirados do corpo de outros deuses e as criaturas humanas também, como no caso muito conhecido da descendência de Brama, na Índia. Aceitar, pois, literalmente, o relato bíblico da criação da mulher é deixar de lado a nossa faculdade de pensar, que Deus nos deu para que seja usada e desenvolvida cada vez mais.
A situação de dependência da mulher se justifica ainda com a alegoria do pecado original, pois é a mulher, criatura inferior, que põe o homem a perder. O Cristianismo veio modificar essa situação, típica das sociedades patriarcais de toda a Antiguidade, ao valorizar a mulher no plano espiritual, como vemos no Novo Testamento, a começar do nascimento do Messias. O Espiritismo, que representa o desenvolvimento natural do Cristianismo, completa essa modificação, ao revelar que homem e mulher só existem como expressões da vida nos planos inferiores.
O espírito não tem sexo e se encarna neste ou naquele sexo de acordo com as suas necessidades evolutivas. Por isso Jesus ensinou que os espíritos "nem se casam nem se dão em casamento, pois são como os anjos do céu", como vemos na passagem de Mateus sobre a ressurreição (Mateus, 22:23-33). E Paulo sustenta o mesmo princípio, afirmando que em Cristo, na vida espiritual que ele nos oferece: "não há nem homem nem mulher". (Gaiatas,3:28). 

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