"PAZ AOS HOMENS DE BOA VONTADE!"25/12-FELIZ DIA DE NATAL!
"Quais eram essas vozes que anunciavam à Terra o dia do despertar e da vida?...Quais eram esses cantos de uma harmonia desconhecida e admirável? Quais eram essas figuras suaves que apareciam aos pastores? Era o brilhante cortejo, a luminosa escilta dessa pobre criança nua, deitada sobre a palha, sem outro abrigo, senão um estábulo, aquecida por animais ininteligentes e não tendo para acalmar seus gritos, senão o abrigo do seio materno! Eram os habitantes felizes de um universo radioso! Eram aqueles que, já tendo chegado à felicidade, vinham trazer a essa Terra brumosa o gérmen das esperanças e da verdade.
Essa criança que nascia, essa criancinha frágil já espalhava os raios do sol que trazia consigo!
O que fez essa criança?... Aos doze anos, sua auréola já brilhava, e a sabedoria de sua palavra surpreendia os sábios. Mais tarde, essa palavra eloquente até o encantamento, essa palavra magnética, poder-se-ia dizer, mantinha presos de alguma forma à sua pessoa, populações ávidas de ouvir as primeiras palavras de amor, de paz, de perdão que tinham sidas até então.
Não era mais as leis inflexíveis e duras punindo sempre e designando Deus através de um apelo bárbaro, não, era a justiça e a vontade chamando para si os infelizes pelo suave nome de irmãos, e ensinando uma única e santa prece, começando por essas palavras: "Pai Nosso!"
Era o profeta inspirado, que a letra da lei não embaraçava nunca porque ele sabia, ele podia nela explicar o pensamento! Era o Cristo, o curador poderoso, debruçando-se sobre todos os maus; Cristo, o consolador que todos os infortúnios atraíam, Cristo, indulgente para com todas as fraquezas e severo somente para com os mentirosos, os hipócritas e os enganadores. Era o Cristo, afirmando seus ensinamentos através de toda sua vida e confirmando-os através de sua morte.
Primeiro, era o Cristianismo, era essa segunda revelação que hoje vocês chamam de Espiritismo [já como Terceira Revelação], era essa religião, essa crença universal futura que vocês não nomeiam ainda, mas que já entreveem e que não se firmará, senão através das virtudes e, não, através da violência.
Essa pobre criancinha trazia para Terra o culto simples e verdadeiro, a homenagem e o amor ao Criador. Essa criança é o símbolo do pensamento libertado, da consciência diretora, do trabalho na direção do progresso, da solidariedade. Esses animais aquecendo a criança nua, esses pastores acorrendo à manjedoura, esses reis ajoelhados e trazendo seus presentes, é a criação inteira, do menor ao maior, vindo adorar aquele que mostra a todos a aurora do progresso, da paz, da perfeição.
[Walter de Carvalho, contextualizando O Mentor - Jean Baptiste Henri Lacordaire pelo Núcleo de Estudos Espíritas - François de Salignac de La Mothe, Duque de Fénelon] com base em REFLEXOS DA VIDA ESPIRITUAL - W.Krell - Editora CELD
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