"OS MORTOS ESTÃO DE PÉ..."

"OS MORTOS ESTÃO DE PÉ..."
Gastão Penalva, escritor de raça, pseudônimo de conhecido e estimado oficial de nossa Marinha de Guerra, há pouco desencarnado, pelo "Jornal do Brasil", de 4 de outubro, escreveu, com o título: A HUMBERTO DE CAMPOS, "onde estiver", uma bela página literária, em que, exteriorizando seu estado de alma de homem bom e incompreendido, reviveu para o grande colega de Arte, agora na espiritualidade, o programa doentio da Terra. Terminou a carta literária pedindo-lhe desculpas por haver-lhe perturbado o sono. E deu-lhe um saudoso até logo. Pois, bem, no dia 6 do mesmo mês e ano, Chico, que nada leu e nada sabia, recebeu a resposta de Humberto de Campos para seu querido amigo Gastão Penalva. Trata-se de uma página linda, toda ela, em que, identificando-se pelo estilo e pela sua cultura variada, o mágico escritor maranhense justifica a doença da terra e lhe oferece o remédio curador e salvador, que nos veio há [mais] de dois mil anos pelas mãos santas de Jesus. É uma página magistral, como somente ele, Humberto, sabia e sabe escrever. Chico a enviou à FEB, por intermédio de M. Quintão, que lhe tirou uma cópia e fez chegar o original às mãos do destinatário. Gastão Penalva, segundo se soube, surpreendeu-se ao recebê-la e, quando a leu toda, chorou de alegria e consolação, tanto mais por identificar seu querido colega morto, e ganhar, aí, a certeza de que a imortalidade é um fato. Gastão Penalva, mais tarde, espalhou a notícia e, particularmente, contou o caso, com minudências, ao seu colega João Luso, descrente das verdades espíritas, que, logo depois de ouvi-lo, disse-lhe: isso é um sonho, não acredito que os mortos vivam...
____ Bem, retrucou-lhe Gastão Penalva, um dia você terá uma prova. espere e verá... Passou-se o tempo. Ambos ficaram doentes. E Gastão, sem que João Luso soubesse, desencarnou.  Logo que melhorou e pode sair, João Luso foi ao "Jornal do Brasil", de que era colaborador, para por em dia seus escritos. À entrada, vem-lhe ao encontro alguém que o abraça e lhe aperta as mãos. E João Luso despede-se do amigo, apreensivo, por verificar que ele estava pálido e com as mãos geladas... Entra na redação e exclama:
____ Imaginem, acabo de abraçar o querido Gastão Penalva, que não via há muito, mas verifico que está muito doente, pálido, de mãos frias... O pessoal da redação se entreolha, e um, dentre todos, diz: ____ Não é possível, João Luso, pois ele morreu há quinze dias...
____ Há quinze dias? Então é verdade! OS MORTOS ESTÃO MESMO DE PÉ! Prometeu-me o Gastão uma prova e veio cumprir sua palavra...Graças a Deus! Abaixou a cabeça. De seus olhos rolavam lágrimas... Hoje, João Luso já está na espiritualidade e poderá, melhormente, verificar, em espírito e verdade, que, de fato, os mortos, tendo à frente o Espírito de Humberto de Campos, VIVEM e estão mesmo de pé...
Walter de Carvalho - Extraído de: Gama, Ramiro, in, Lindos Casos de Chico Xavier, Núcleo Espírita Caminheiros do Bem - Editora LAKE, 1978. pág., 108/111.

Comentários